Por Adriana do Amaral
Eu não fui às ruas nesse sábado (2). Porém, estive nelas de alma e coração, mente e razão.
Desde muito cedo as notícias chegavam a mim em forma de fotografias, através de relatos de amigos, pelas redes sociais, mídias digitais, telefonemas e até vídeochamadas. Posso afirmar que, assim, tive uma visão “360 graus” do que aconteceu a partir de imagens e dos testemunhos.
O que eu vi? Uma manifestação genuína e cheia de verdade. Mais uma vez as pessoas foram protestar, não como uma sinfonia harmoniosa, conduzida por um maestro, mas num festival onde inúmeros solos desvelaram a voz de um povo talentoso e indignado.
Como sempre, a mídia hegemônica questiona se o #2Outubro foi maior do que o #7Setembro. Na minha opinião, a foi muito maior, pois o que vi nas ruas foi uma manifestação diversa, multivozes…
Todo manifestante, no Brasil e estrangeiro, teve a sua própria razão para protestar. Motivos legítimos que nos permitem ler o que angustia e os porquês da indignação.
Antes mesmo dos eventos, em muitos grupos de whatsapp onde eram marcados pontos de encontro, perguntava-se quem deveria estar presente como o comandante mor das ações. Particularmente, o que eu considero mais interessante é justamente não termos tido um.
Esse dia vai chegar, quando todos gritaremos em uníssono, nos manifestaremos por um ou outro candidato. Agora é momento do livre pensar…
Ah, mas nas #DiretasJá o objetivo era um só… No #EleNão a causa era única e por aí vai…
A pluralidade de pautas, acredito, é a força atual dos protestos. Todos têm um motivo para gritar, para extravasar e sonhar com um país melhor.
Alguns relatos me chegaram reclamando da “desarticulação” da mobilização na #AvenidaPaulista, em #São Paulo… “Muitas vozes inteligíveis”, argumentaram uns; “a casa da Maria Joana”, justificaram outros. Para mim, essa é a força do momento atual, quando as pessoas vão chegando com as suas bandeiras, camisetas e cartazes customizados.
Aos poucos alguns políticos e os movimentos sindicais se somam aos movimentos sociais… O próximo passo será unir toda as gentes numa pauta única. Um desafio e tanto que poderá nortear o futuro próximo do Brasil! O que começa na livre manifestação do pensar, gerado pela desesperança individual que nada mais é do que angústia coletiva.
Em poucos meses, e com a segurança sanitária, quem sabe da terceira dose da vacina contra a #Covid-19, conscientizados da urgência de reverter o caos que se instalou no #Brasil, iremos gritar em uníssono o que pretendemos e como faremos para conquistar o nosso ideal comum. Aí sim o coral será ensurdecedor.
Não é só política.
Tudo é política.
Que venha o próximo ato.
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Contra a fome e miséria
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e individuais
Cultura que liberta
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O futuro é a gente que faz
Imagens: Reprodução Instagram