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José Serra e João Doria: cadáveres insepultos

Por Nelson Marques

 

A Folha de S.Paulo publicou hoje (25/02) em sua coluna Painel, assinada pelo jornalista Fábio Zanini, uma nota bastante reveladora. O título da nota é “Cinza”. Eis o texto: 

“O senador José Serra diz que não concorda com a criação de um fumódromo no Palácio dos Bandeirantes pelo governador João Doria. A ação deu fim a uma política(sic) de quase 15 anos de tolerância zero em relação ao tabaco no Palácio, iniciada por Serra. “’Eu não teria aberto esse precedente”’ afirmou Serra.”

Para quem não se lembra, o então governador Serra proibiu terminantemente que se fumasse dentro do Palácio dos Bandeirantes, mesmo nos imensos jardins que existem no local. Isso causava, durante o dia inteiro, uma cena deprimente: com chuva ou com sol, os fumantes se aglomeravam nos vários portões do Palácio para fumarem o seu “cigarrinho”. 

Alguns chegavam a fumar três ou quatro cigarros seguidos para não terem de voltar ao portão tão cedo para recarregar o corpo de nicotina.

Mas não é sobre essa “grande polêmica” entre Serra e Doria que eu quero falar. Faz alguns anos que o ex-ministro da Saúde não se pronuncia sobre nenhum assunto. O Bolsonaro se elegeu, veio a pandemia, ele defendeu a cloroquina, foi contra a vacina, defendeu e praticou aglomerações e o quê o ex-ministro da Saúde, José Serra, disse a respeito de todos esses absurdos: nada. Não se posicionou – nem a favor, nem contra – em nenhum momento. 

De repente, parece que o Serra acordou de seu sono profundo e resolveu opinar sobre um tema que, convenhamos, está completamente fora do tempo e do espaço. O companheiro Herval sugeriu que o ex-ministro pode ter passado uma temporada no planeta Marte. Fiquei bastante preocupado com nossos vizinhos marcianos. 

Mais revelador ainda da transformação de José Serra num autêntico cadáver político, é que sua “importantíssima” polêmica se deu com outro “quase” defunto político, o promotor de eventos João Doria, que anda oscilando entre o traço e 2% em todas as pesquisas para a presidência da República. Ainda nesta semana, em almoço com seus amigos banqueiros, Doria se prontificou a ser vice na terceira via. Resta saber se alguém vai querer a mala pesada como companheiro de chapa.  

Escrevi essas linhas aí em cima e estou quase arrependido. Lembrei do ensinamento do ex e virtual próximo presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva: “não se chuta cachorro morto”.

 

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