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JORNALISMO ESPORTIVO EM AÇÃO

Por Helvidio Mattos 

Desde sempre o jornalismo esportivo é menosprezado por outras editorias. As turmas de Política e Economia, por exemplo, acreditavam que Esportes é assunto menor e não se conformavam por nos ver de bom humor e vestidos informalmente de camisetas e calças jeans.
Em uma emissora que trabalhei nos anos 1980, senti na pele os efeitos desse preconceito. Nas vezes em que o espelho do telejornal sinalizava que o tempo iria estourar a primeira providência da chefia era diminuir a matéria do Esporte ou simplesmente tirá-la do roteiro.
Mas, francamente, não posso me queixar de meus 31 anos como repórter da área. Até hoje tenho orgulho de ter sido jornalista esportivo.
Orgulho é o que sinto pelo trabalho dos repórteres Gabriela Moreira e Martín Fernandez por terem tornado público o caso de assédio moral e sexual sofrido por uma funcionária da Confederação Brasileira de Futebol.
Sinto orgulho também do Pedro Ivo de Almeida, repórter que nos mostrou os bastidores da, como diz Juca Kfouri, Casa Bandida do Futebol e abriu a porta para que fossemos informados do fétido esgoto que por lá corre na forma dos três últimos presidentes da entidade. Só para lembrar, Ricardo Teixeira, José Maria Marim e Marco Polo Del Nero foram banidos do futebol por corrupção. Pedro Ivo também trouxe informações sobre o calabouço onde foram feitas na mais rigorosa surdina reuniões entre CBF, Conmebol e “o cara da casa de vidro”.
Gabriela Moreira e Martín Fernandez investigaram o caso de assédio e deixaram nu o presidente da CBF, Rogério Caboclo que domingo passado (6) foi afastado de seu cargo por 30 dias.
Hoje sabemos, para minha decepção, que jogadores e comissão técnica da seleção brasileira decidiram disputar La Copa de Sangre. Sabemos ainda que os ‘desamotinados’ vão divulgar um manifesto após a partida de terça-feira (8) com o Paraguai pelas eliminatórias da Copa de 2022.
Vai adiantar alguma coisa diante dos quase 500 mil mortos?

Helvidio Mattos é um jornalista paulistano que optou por viajar pelos cinco continentes e pelas entranhas do Brasil em busca de histórias humanas e contá-las para quem quisesse ouvir.
E não é que deu certo?

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