”Homens mimados não podem reger a nação”

Por Izabel Cristina Marques

Charge: Gabriel Batista Paiva

O golpe de 2016 contra a presidenta Dilma teve como figura de destaque um herdeiro branco, um homem mimado que não aceitou o resultado das eleições em 2014.

Aécio Neves é um dos protagonistas do golpe misógino, racista e machista que diuturnamente alimentava a semente do ódio no país.

Este ódio ganhou força nas ruas, nas redes e nos corpos dos homens, mulheres e crianças desse país. A semente do mal se personificou na figura de Bolsonaro.

Em contrapartida, várias estratégias de resistência foram sendo construídas, resgatadas em nome da sobrevivência.

Os movimentos sociais não saíram das ruas em um único momento e se fortaleceramainda mais na pandemia de CoviD 19, garantindo alimento nas periferias desse Brasil profundo, enquanto Bolsonaro andava de jet ski e fazia motociatas Brasil afora, como homem mimado que é.

Porém, há um outro homem mimado que não pode reger a nação e este homem é Ciro Gomes.

Ciro inicialmente se apresentou como alguém preparado, com um projeto de país e desenvolvimento para brasileiros e brasileiras.

Tentou e falhou miseravelmente em se apresentar como a fantasiosa “3° via”.

Quando Ciro percebeu que a adesão à sua candidatura não ganhava corações e mentes, sua outra face se apresentou: de homem mimado. Ciro quer obediência. O Brasil quer Lula.

O homem mimado que não aceita a desobediência das mulheres, negros, LGBTQIAP+, daqueles que estão nos campos e cidades, não aceita a desobediência dos povos da floresta e que estão à margem dos rios.

Para ele, Ciro, a desobediência do povo ao votar em Lula causa fúria, raiva e descontrole.

É por isso que este homem mimado, antes cordial, agora vocifera preconceito. Por isso, quer mineração em terra indígenas e “silêncio” nas favelas e nos “fundões da África”.

O homem mimado não tem controle sobre o desejo popular; sobre a vontade do país de ser feliz de novo. Ciro quer mandar, mas o povo quer esperançar.

O homem mimado, quando não tem o que quere, faz birra, grita, promete vingança e, como “homem de bem” que se coloca, diz que o Brasil só será feliz se ele mandar.

O Brasil está perto de se ver livre de um governo de terror e escolheu Lula como a resposta para nossas angústias. E como ninguém atendeu aos seus desejos mesquinhos de poder, o homem mimado ficará no seu lugar de braço cruzado, beiço caído, talvez em Paris, vendo o Brasil ser feliz novamente.

 

Izabel Cristina Marques é professora doutora, advogada e tem 20 anos de militância na Educafro da Baixada Santista

 

 

 

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