Por Moisés Mendes
Só no Brasil o chefe de um golpe lança, após o fracasso do seu plano tabajara, um perfume com fragrância criada especialmente para fascistas.
Um tenente expulso do Exército, que mandava em generais golpistas e que poderá perfumar bem a cadeia que o espera.
Jornalismo covarde
Esse é o jornalismo covarde das corporações, quando se esperava, nas edições de domingo, alguma coisa exclusiva sobre o golpe tabajara.
A manchete do Globo é, acreditem, sobre a ‘revolução digital’ na indústria de bebidas e alimentos.
A manchete da Folha volta com a choradeira do mercado financeiro, que se acha dono da Petrobras e exige todo o lucro da empresa.
E o Estadão mancheteia que o Supremo acabou com a Lava-Jato e ressuscita Marco Aurélio Mello para defender Sergio Moro.
Indústria de bebidas, especuladores e lavajatistas em manchetes, enquanto as Forças Armadas, caindo aos pedaços, tentam reagir à desmoralização sofrida com o plano golpista de Bolsonaro e seus generais medíocres.
Uma covardia que os jornalões não tiveram nem nos piores momentos da ditadura.
Todas as manchetes são diversionistas e as da Petrobras e da Lava-Jato são previsivelmente repetitivas. Mas a da indústria de bebidas é imbatível.
Covardes, mil vezes covardes e canalhas, incluindo as big techs e esse feicebuco.
Falta combinar com o Xandão
Prestem atenção no que disse Eduardo Bolsonaro, num encontro da extrema direita, hoje em Porto Alegre, sobre a possibilidade do papai voltar a ser elegível:
“Creio que pode ser revertida a inelegibilidade dele dentro do TSE. Lembrando que essa esperança não é porque vai baixar um santo e mudar as coisas, mas porque as cadeiras do TSE são rotativas. Em 2026, os três que estarão lá são Kassio Nunes Marques, que presidirá o TSE, o André Mendonça e o Toffoli. Essa composição já é muito mais balanceada”.
Eles estão certos de que Kassio, Mendonça e Toffoli vão anular as condenações e ressuscitar o sujeito para que possa concorrer de novo a presidente.
É claro que o filho imagina que papai não estará na cadeia. Eles só imaginam coisas favoráveis ao fascismo.
Falta combinar com Alexandre de Moraes.