Por Fernando Coelho
Petrópolis. Coletiva de funerária. O presidente e a sua troupe de burocratas, (nenhum botou o pé na lama), optam pelo sobrevoo seguro, mostraram que fedem. Vivos. Enquanto nas montanhas de escombros, mortos exalam o fedor do esgarçamento dos corpos sem chance. Desumanos, frios, prestam contas a um chefe de nação anódino, gelado, insípido. No meio da procissão da morte, o Brasil se mobiliza, e essas autoridades, buscam papéis, publicações no Diário Oficial.
Sou um cidadão impaciente. A dor é impaciente. Perder filhos, netos, mulher, mãe e pai, é impaciente. Esse governador do Rio de Janeiro é um agente fúnebre e decadente. Será que vai ser reeleito?
No trágico 11 de setembro, Rudolph Giuliani, prefeito de Nova York, se jogou com toda a sua equipe na montanha de fumaça, nos escombros em desabamento, orientou resgate, falou com familiares de vítimas, acalmou ânimos, traçou estratégias para que Nova York sobrevivesse. Em Petrópolis, essas autoridades midiáticas se recolhem fedidas de incompetência e uma demente ideologia. Precisamos resgatar o Brasil do naufrágio civil.
Fernando Coelho é poeta, jornalista e escritor.Trabalhou na TV Cultura, Estadão e TV Globo
Imagem da Globonews