Compartilhado do Quarentena News
Por Luiz Eduardo Rezende
O Ministro pastor Milton Ribeiro, do governo que não tem corrupção comandado por Jair Bolsonaro, é pelo menos criativo na hora da distribuição das bilionárias verbas do FNDE em troca de gordas propinas para os pastores amigos, Gilmar Santos e Arilton Moura e, no mínimo, também para funcionários do Ministério da Educação.
Os dois pastores da Assembleia de Deus, que não têm cargo no governo mas frequentam assiduamente os gabinetes do ministro e do presidente Bolsonaro, no Palácio do Planalto, cobram R$ 15 mil só para protocolar um pedido de verba e caso sejam atendidos, os prefeitos devem completar o pagamento com um quilo de ouro.
Não se tinha notícia, até agora, de cobrança de propina em ouro. E não há como não pagar, pois a verba do FNDE só é liberada depois que os pastores Gilmar e Arilton recebem integralmente a comissão. Com quem eles dividem talvez uma CPI a ser instalada na Câmara descubra.
O pastor Arilton, então, é mais inovador ainda. Pedia que os prefeitos pagassem propinas em Bíblias. Não se sabe se ele vendia as Bíblias ou as distribuía aos fiéis para depois, quem sabe, cobrar um pequeno acréscimo ao dízimo.
Toda essa pouca vergonha, por incrível que pareça, é feita em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo.
E AGORA MOLON?
A candidatura ao senado do deputado Alessandro Molon, do PSB, antes muito bem encaminhada, está agora num beco sem saída. O PT não aceita que o PSB indique os dois candidatos majoritários – ao governo e ao senado – no Rio. E como não tem um nome forte para governador, decidiu apoiar Marcelo Freixo e para senador, o presidente da Alerj, o petista André Ceciliano.
Molon, que tem votos no município do Rio mas é praticamente desconhecido no interior, contava com o apoio de Lula para alavancar sua candidatura. Só que o palanque do ex-presidente será Freixo e Ceciliano. Esta será a chapa com que a aliança PT-PSB pretende enfrentar Cláudio Castro e Romário, ambos muito bem colocados nas pesquisas.
E o deputado Molon, mantém ou não a candidatura ao senado? Ele tem uma reeleição praticamente certa para a Câmara. Será que vai tentar a única vaga em disputa para o senado sem sequer o apoio do candidato do próprio partido a governador?
É um risco muito grande. Só para botar um pouco de pimenta nesse escondidinho, Freixo não moveu uma palha em busca de solução para esse impasse.
Farinha pouca, meu pirão primeiro.
MORO CHORÃO
Estão avançadas as negociações entre MDB, PSDB e União Brasil para que os partidos tenham candidatura única a presidente da República. Entre Simone Tebet, João Dória e Luciano Bivar, ficaria o que tivesse melhor desempenho nas pesquisas em junho com o apoio dos outros dois.
É claro que essa negociação não está fechada, há apenas conversas. Mas já desperta ciúmes. O candidato do Podemos, Sérgio Moro, reclama que seu partido não foi chamado para essas conversas. Ele acha que, como neste momento tem melhores índices de intenções de votos do que os outros, seria o escolhido para representar a terceira via na eleição de outubro.
Moro, novato em política, não percebeu que esse acordo é praticamente um reconhecimento da inviabilidade de uma terceira via e que os partidos buscam uma forma de eleger o maior número possível de parlamentares. Discutem se, com um único candidato a presidente, podem formar uma bancada forte na Câmara.
Não estão nem ligando para a choradeira de Moro. Só falta mandarem chorar na cama que é lugar quente.
QUEBRA DE ACORDO
Para driblar a cláusula de barreira, o PSOL e a Rede de Sustentabilidade pretendiam lançar, como puxadores de votos para a Câmara dos Deputados, a ex-senadora Heloisa Helena, que será candidata da Rede por Brasília, a ex-ministra Marina Silva, e o líder do MTST Guilherme Boulos, uma das principais lideranças do PSOL, ambos por São Paulo.
A negociação esbarrava na resistência de Boulos em desistir de concorrer ao governo de São Paulo. O ex-presidente Lula conversou com ele e prometeu que o PT o apoiará daqui a dois anos na eleição para prefeito de São Paulo.
Boulos concordou e será candidato a deputado federal. Então tudo acertado? Na na na na não!
Marina Silva, aquela que aparece de quatro em quatro anos no cenário político, agora quer ser candidata ao Senado. Vai trocar o certo pelo incerto. Se elegeria fácil deputada federal, mas senadora por São Paulo é bem mais difícil.
É muito possível que Marina Silva volte atrás e saia mesmo para deputada federal. Tudo vai depender das pesquisas. Mas o simples fato de admitir romper o acordo com Heloisa Helena e Guilherme Boulos não é um bom sinal.
Marina, morena Marina, você sabe muito bem que em política quem não cumpre acordo acaba sozinho.
VAQUINHA GORDA
O ex-procurador da Lava Jato, Deltan Dallagnol, foi condenado a pagar indenização de R$ 75 mil ao ex-presidente Lula por conta do power point que apresentou na televisão para mostrar que Lula estava envolvido em corrupção. Até aí tudo normal, Lula entrou na justiça, o processo correu e Dallagnol foi condenado.
Acontece que o ex-procurador afirmou não ter dinheiro para pagar essa indenização. Choveram doações de pessoas apoiadoras da Lava Jato. Até agora o ex-procurador já recebeu mais de R$ 300 mil. Como só terá que pagar R$ 75 mil, está na obrigação de informar aos doadores o que fará com o resto do dinheiro.
Vai embolsar? Vai devolver? Vai doar para instituições de caridade? Como tudo indica que Dallagnol quer ser candidato a deputado é melhor prestar contas direitinho dessas doações.
Botar essa grana na campanha vai pegar muito mal.
QUE CONFUSÃO!!!
O ex-presidente da Liga Independente das Escolas de Samba, Aylton Guimarães Jorge, numa longa entrevista concedida ao atual presidente, Jorge Perlingeiro, demonstrou muito conhecimento sobre carnaval e pouquíssima informação sobre qualquer outro tema que não seja o desfile das escolas de samba.
Num determinado momento disse que o carnaval, em alguns anos, e o desfile das campeãs, sempre, caem irremediavelmente na quarentena. Ai minha canela! #politica #jornalismo
É Quaresma Capitão Guimarães, é Quaresma!!!!
FOTOS
O ministro Milton, da Educação; pego em flagrante beneficiando colegas pastores a pedido de Bolsonaro
Alessandro Molon: colocado para escanteio
Sérgio Moro: começou a choradeira de quem não conhece a política
Marina: insistência no Senado pode prejudicá-la
Dallagnol: vaquinha para pagar a indenização a Lula
Capitão Guimarães sabe tudo de carnaval, mas nada de igreja
Luiz Eduardo Rezende é jornalista com passagem pelos Jornal Do Brasil, O Dia e O Globo
Os artigos aqui reproduzidos são de reponsabilidade dos autores