Por Walter Falceta
#João Coragem foi meu herói de infância. Um cidadão do povo lutando contra o patriarcalismo calhorda do coronel Pedro Barros e sua malta de capangas, policiais comprados e juízes corruptos. No papel imaginado por #JaneteClair, João era a cara da desobediência civil, da revolta armada, da Ação Direta, levantando a voz pelos oprimidos todos.
João Coragem mostrava um grupo excluído, desgarrado da sociedade em rebeldia, um bando rebelde enfrentando o Coronel interpretado por Gilberto Martinho e todo o aparato do Estado (polícia, tribunais etc.) Um dia, lembro de #Lula dizer que, lá no começo da carreira, tinha sido inspirado por João Coragem. E muitos outros homens e muitas outras mulheres, de garra, nos grotões de Pindorama, foram inspirados por aquele vigoroso e gentil personagem.
Fica na história…
A Globo, nascida da #DitaduraMilitar, levou ao ar peças fundamentais à construção de um pensamento rebelde, a caminho do rito civilizatório, em obras como Irmãos Coragem, O Bem Amado, Fogo sobre Terra, Escalada e o Casarão. Muitos dos capítulos dessas telenovelas, aliás, foram censurados pelo regime. João Coragem foi uma peça de resistência diária, todo dia na telinha…
São esses paradoxos da comunicação e da política.
Walter Falceta é jornalista e coordenador do Coletivo Democracia Corintiana (CDC)