Por Simão Zygband
Só mesmo um inexplicável milagre deverá mudar em pouco mais de 10 dias o resultado das eleições em 30 de outubro. Lula mantém há mais de um ano uma sólida dianteira, encerrou o primeiro turno com mais de 6 milhões de votos de dianteira e lidera todas as pesquisas de segundo turno, com uma vantagem em média de 5%.
Mas prefiro me ater a questão técnica de campanha. Os apoios de Lula são robustos, com Simone Tebet e Ciro Gomes, a terceira e o quatro colocados e o programa de televisão é bem melhor do que o do seu adversário. É óbvio que não dá para entrar no clima do já ganhou e todos votos devem ser disputado até às 17 horas do dia das eleições, com o fechamento das urnas.
Como já disse anteriormente, todo marketeiro teria muita facilidade de fazer a campanha de Lula, um político com discurso afiado e uma oratória que foi talvez o grande trunfo para torná-lo presidente da República por duas vezes e encaminha-lo a passos largos para um terceiro mandato.
Lógico que todos os quadros lulistas estão tensos e esperam ansiosamente a chegada do dia 30. Dá para ficar tranquilo? Lógico que não, pois o adversário é rasteiro, um verdadeiro verme. Mas, Lula está com as mãos na taça.
Vi o mais recente programa eleitoral de TV. Apesar das redes sociais serem muito importantes, eles tem um peso ainda muito forte sobre a decisão do eleitor. A campanha de Lula é vibrante, propositiva e tão deixa de bater no adversário. Hoje o tema do Bolsolão foi extremamente bem produzido, sendo demolidor contra o asqueroso oponente, que faz um samba de uma nota só: o Lula é “ladrão”.
Desta vez, entretanto, o programa de Lula mostrou que o miliciano, que será extirpado do poder em janeiro, age como um batedor de carteiras que atua no meio da multidão, quando furta a carteira alheia e sai gritando pega ladrão. O usurpador da cadeira presidencial tem um telhado de vidro gigante: seus filhos e seus familiares compram mansões milionárias em dinheiro vivo, ele e sua família levam uma vida nababesca e o Bolsolão botou a raposa para tomar conta do galinheiro. Para mim, este tema foi a bala de prata no coração do nefasto.
Enquanto isso, a campanha do capitão sempre apela. É ridícula a propaganda que mostra Lula, Alckmin, Tebet E Ciro Gomes dançando quadrilha. Todo mundo sente que já começam a apelar, mais do que sempre fizeram, demonstrando desespero de derrotado.
Eu, se fosse o excrementíssimo presidente, já estaria limpando as gavetas e fazendo as malas.