Dólar em queda: o efeito reverso da crise artificial criada na Ucrânia.

Por Rogério Guimarães Oliveira

Ao se atirar na aventura bélica contra os russos, Biden deu um tiro de AK-47 no pé de seu país

 

Biden exigiu e o mundo começou a atendê-lo: o petróleo começa a ser negociado em outras moedas em intensidade cada vez maior e crescente.

Isto retira do dólar o lastro que ele vinha mantendo nas transações globais de petróleo desde 1991, ano no qual o anterior lastro em ouro foi abandonado pelos estadunidenses.

Na medida em que o petróleo deixa de ser comercializado em dólares, a moeda estadunidense perde demanda. Baixando a demanda, aumenta a oferta. E, como todos nós sabemos da escola neoliberal, havendo oferta de alguma coisa em demasia, o seu valor cai.

Desta forma, a crise da Ucrânia, gerando o calote dos estadunidenses na dívida externa da Rússia, somado aos boicotes que os países ocidentais estão impondo aos russos, por pressão estadunidense, tudo isso somado a um contexto de retomada da economia mundial com o fim da pandemia, resultado em um quadro muito ruim para a moeda estadunidense, que enfrenta índices de inflação recente cada vez maiores.

E tudo isso ocorre no momento em que o mundo todo, interessado adquirir petróleo, o comprará do jeito que for, na moeda em que ele seja negociado. Assim, rubros e yuans, além de euros, passam a ser as moedas mais utilizadas depois do dólar nas transações do comércio mundial do petróleo. Biden exigiu sanções e bloqueios contra os russos e está sendo atendido.

A própria compra de petróleo pelos EUA, feita dos russos na proporção de 15% do que o país consome, deixou de ser feita. Os russos, no entanto, encontrarão compradores para este volume que antes era adquirido pelos ianques.

E mais um detalhe significativo: o yuan, a moeda chinesa, possui lastro integral em ouro. Isto significa que quem tem yuans, pode trocá-los pelo equivalente em ouro. E quem tem dólares, tem apenas papéis impressos, cujo valor oscila conforme a música que estiver tocando na economia no momento, como ocorre com todas as demais moedas não lastreadas planeta afora.

Em linguagem técnica: ao se atirar na aventura bélica contra os russos, Biden deu um tiro de AK-47 no pé de seu país. E colocou o dólar em rota de desvalorização acelerada.

Parodiando aquele filme famoso, resta dizer aos estadunidenses:

– Apertam os cintos, o piloto é o Biden!

Circulam análises que definem Biden como um líder fraco, o qual acostumou-se na carreira política a expressar o que seus assessores durões pedem. E que ele não tem ideias nem iniciativas próprias como os estadunidenses imaginam. Ele, definitivamente, não é um autêntico líder político.

Então, se as coisas já haviam ficado muito ruins por lá com a ascensão ao poder do boquirroto e falastrão Donald Trump, que também não era um líder político, mas um ricaço fanfarrão, agora, parece vão piorar. Há muito mais aspectos e setores da economia daquele país que serão duramente afetados sob a condução democrata do Governo Biden.

Se eu tivesse dólares, os venderia logo. A ver.

 

Rogério Guimarães Oliveira é advogado e jornalista

 

 

 

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