Por Tião Nicomedes
Foi considerada a hipótese de que: Sim.
Eu estou com #coronavirus.
Todos os sintomas consideráveis, e até alguns não mencionados. Porém, um diferencial: o pulmão não está comprometido. Não ocorre sequência de falta de ar.
Mantendo o ambiente ventilado e mantendo a calma. Respiro suavemente. No meu caso, pulmão bom.
Não se realiza teste #PSR. Aquelas paradas com cotonetes ou sei lá. O que mudou?
As pessoas que são internadas, exatamente pela dificuldade em respirar. Fora isso, não há internação. Mesmo porque não há remédios. A vacina não funciona como remédio para tratar e curar.
Eu terei que esperar chegar a minha vez para ser vacinado. Pelo visto tem chão até lá. Apesar de ter mais de 50, ter hipertensão e estar infectado. Isso não me torna prioritário.
Prá resumir a sensação: me sinto morto. Nada que eu possa fazer se não, caminhar ao sol. Todos os dias. É, logo o corpo pede o chão.
Parece até que voltei a ser morador de rua, apesar de não me encontrar em situação de…
Onde tem calçadão eu deito. Onde tem grama eu deito. Conheço os lugares onde não sou incomodado. E ainda detenho o poder da invisibilidade.
Solidarizo-me com milhares de pessoas nessa mesma problemática. Doentes, porém sem uma prescrição médica.
Solidarizo-me com os idosos de 60 a 64 anos. Sem direito ao transporte gratuito. Sofrendo pra buscar ajuda médica.
Pior, perderam com isso o direito às duas refeições do #BomPrato. O café da manhã, que de 60 centavos, passaria a 11 reais. E o almoço de 1 real passa a, no mínimo, 12 reais. Isso levando em conta uma condução só.
O plano da Reforma da Previdência convidando-nos a morrer pela pátria para salvar a economia, como bem esclareceu o ministro Paulo Guedes.
Mas, voltando ao raciocínio, que ultimamente ando delirando demais. Talvez culpa da febre, que vai e volta.
Especificamente para o combate à #Covid-19, alimentos não tem sabor; ânsias de vômitos, conforme o que se come. A gente se alimenta atento aos sinais do corpo. Insistir? O resultado é diarreia.
Felizmente, podendo se valer das frutas. E sucos do tipo laranja e maracujá descem bem. Mas não pode ser com comida, que aí o apetite que já anda em baixa trava o estômago. Abusar de chás também é uma boa, mas incomoda a incontinência urinária.
Nesse caso, é preferível ficar em casa em certos períodos. Aliás, quem pode tomar sol em casa, se não tem os motivos de trabalho, deve ficarem casa.
Agora, infectado, vou descobrindo trabalhadores que não tão podem manter o isolamento. Precisam manter seu empregos. Aí, lamentavelmente, vale a tese de #gripezinha.
Também, fazer o que? Não tem tratamento, não tem remédio que médicos possam prescrever. Alguém dirá…
Cara, vai ao médico. Procura um hospital.
Bem. Foi o que eu fiz. Fui atendido na #SantaCasadeMisericórdia. Médica receitou remédios e eu fui liberado.
Aí me veio a questão do #1o.demaio.
Eu me privei de ir ao ato da esquerda, por questões de respeito à companheirada. Deu vontade ir no ato da direita, que ali o povo nem usa máscara. Mais seria um crime. Se bem que, acredito, muitos ali estão na mesma questão que eu.
Sim, muitos infectados e tratando a doença e o #coronavírus como coisinha a toa.
Perigo está aí. Infectado aqui. Contágios ali. Favorecendo a mutação do vírus. E dando origens a novas variantes.
Partidarismos a parte, sem mérito das crenças, precisamos urgentemente uma corrente de fé.
Orar.
Rezar.
Pedir.
Levantar um clamor pela nação.
Esta nação precisa ser curada. O planeta terra precisar ser sarado. São milhares de almas desencarnando todo dia, toda hora.
O planeta está doente.
Assim como o sangue de Abel, em #Genesis.
A terra clama pelo sangue inocente derramado. Certamente a terra clama desesperadamente em face aos sepultamento e crematórios. Deixa o que os mortos, enterrem seus mortos.
É Jesus. Mas a dor do luto ?
Sebastião Nicomedes de Oliveira é “poeta das ruas”. Autor da peça teatral Diário de um Carroceiro e do livro As Marvadas é artista popular. Ex-catador e ex-morador em situação de rua, integra o MIPR (Movimento Internacional de População em Situação de Rua).
crédito da foto: Tião Nicomedes