Desabam no Amazonas duas pontes da BR-319 mantidas por Bolsonaro e Tarcísio: 4 mortos e 14 feridos

Do jornal Hora do Povo

Duas pontes mantidas pelo governo caíram num espaço de dez dias. A primeira queda foi há dez dias, deixando quatro mortos, 14 feridos e pelo menos um desaparecido. A outra foi neste sábado. População está deixada à própria sorte

Buscas por desaparecidos após queda de ponte na BR-319 em 28 de setembro, no Amazonas. Foto: Corpo de Bombeiros do Amazonas (Fotomontagem HP)

 

O ex-presidente Lula (PT), vencedor do primeiro turno das eleições presidenciais, tem cobrado, nos diversos locais em que está visitando no segundo turno, que as pessoas presentes aos comícios apontem alguma obra importante iniciada pelo governo Bolsonaro. Geralmente não há resposta ao pedido do ex-presidente.

POUCAS OBRAS E MAL-FEITAS

Jair Bolsonaro não fez quase nada a não ser vender o Brasil, destruir a Amazônia, provocar a fome e o desemprego e desviar dinheiro para a compra de votos através do orçamento secreto, o maior escândalo de corrupção do planeta terra, segundo afirmou recentemente a senadora Simone Tebet (MDB).

Ponte Autaz Mirim da BR-319 desaba no Amazonas — Foto: Associação de Amigos e Defensores da BR-319/ Divulgação

Porém, nas poucas coisas de responsabilidade do atual governo, está ocorrendo um verdadeiro desastre. Em menos de dez dias, duas pontes que deveriam ser mantidas pelo governo federal desabaram no Amazonas. A ponte sobre o Rio Autaz Mirim, localizada no km 25, desabou neste sábado (8) horas após ser interditada na rodovia federal. A BR-319 é o único acesso terrestre de parte estado ao restante do país.

QUEDA DA PONTE MATOU QUATRO PESSOAS

A queda ocorreu 10 dias depois do desabamento de outra ponte, sobre o Rio Curuçá, que ficava no km 23 da rodovia. O local da última ponte que caiu fica a dois quilômetros de outra ponte que desabou dez dias antes, deixando quatro mortos, 14 feridos e pelo menos um desaparecido. Na sexta-feira (7), o último caminhão que caiu no acidente foi retirado do rio.

O Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) informou que a ponte sobre o rio Autaz Mirim foi totalmente interditada no sábado para o tráfego de veículos e passagem de pedestres. Ela já estava mostrando rachaduras e tremores. A travessia tem 174 metros de extensão. Imagens feitas por motoristas e moradores da região mostram pessoas fazendo a travessia com auxílio de canoas. “Foi um corre, corre. A ponte começou a estalar, seria outra tragédia”, diz uma das pessoas que fez o registro no local. Veja vídeo acima.

O Amazonas foi um dos estados onde Bolsonaro perdeu a eleição. Os motivos desta derrota não estão apenas nas medidas tomadas pelo do governo federal contra a Zona Franca de Manaus. Muitos municípios do Amazonas que dependem da BR-319 começam a passar por desabastecimento, após o desabamento da primeira ponte. Bolsonaro está se lixando para as obras que o governo federal tem obrigação de manter.

COMUNIDADES ESTÃO ISOLADAS

Com a queda desta segunda ponte – mal preservada -, a situação pode ficar ainda pior. As entregas de alimentos, gasolina e insumos já estavam passando por problemas por conta da longa espera que os caminhões estão tendo que suportar para levar as cargas. Moradores e caminhoneiros enfrentam dificuldades para chegar aos municípios afetados. A seca dos rios do Amazonas agrava o problema, pois prejudica a navegação em alguns trechos e apresenta riscos de colisões, que podem provocar naufrágios.

A ponte sobre o Rio Curuçá desabou no dia 28 de setembro — Foto: William Duarte / Rede Amazônica

O descaso com a região por parte do governo é tamanho que até agora não houve solução nem para a primeira queda de ponte. Quando a ponte sobre Rio Curuçá caiu há 11 dias, o governo afirmou, através do Denit, que uma ponte de metal seria instalada de forma emergencial, mas isso ainda não foi feito. Na sexta (7), o Dnit afirmou, por meio de uma nova nota, que continuava atuando nas buscas e na retirada de veículos após o acidente.

A nova previsão era que a instalação dessa estrutura metálica começasse neste fim de semana. Segundo o Governo do Amazonas, a instalação é de responsabilidade do Dnit. O Dnit e o Ministério da Infraestrutura ainda não comentaram sobre o novo desabamento no Amazonas. Mesmo assim, o governador do estado afirmou no Twitter que espera contar com a ajuda do governo federal para lidar com o desmoronamento.

ABANDONO E DESCASO DO GOVERNO FEDERAL

“Amanhã mais uma equipe do governo federal chega ao Amazonas para avaliar como resolver o acesso na área”, escreveu na rede social.

Apesar de Bolsonaro ter prometido asfaltar a BR-319 durante a campanha eleitoral de 2018, a rodovia possui diversos trechos danificados e não tem pavimentação em quase toda a sua extensão, o que provoca atoleiros “gigantes” no período chuvoso. Os problemas de infraestrutura na BR-319 seguem causando transtornos e deixando parte da população do Amazonas cada vez mais isolada por terra.

No período de estiagem, os motoristas reclamam de outros problemas também muito graves e que não receberam atenção por parte do governo: buracos e poeira. Em alguns casos, crateras se abrem em trechos. Na parte de Manaus, a rodovia já é um desafio logo no início, já que ela começa dentro do Rio Amazonas, numa área próximo ao bairro Distrito Industrial e ao famoso Encontro das Águas dos rios Negro e Solimões.

 

 

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