Por Tales Farias – colunista do UOL
Faltando 23 dias para a abertura da urnas, no dia 2 de outubro, o candidato do PDT à Presidência da República, Ciro Gomes, oscilou negativamente 2 pontos percentuais. Caiu de 9% na última pesquisa Datafolha para os 7% divulgados nesta sexta-feira, 9. Simone Tebet, do MDB, permaneceu absolutamente estática no andar de baixo do levantamento, com 5%.
A essa altura do campeonato, é praticamente impossível que algum dos dois chegue ao segundo turno. Seus fracos desempenhos passarão ao eleitorado a ideia de que estão fora da disputa. Daqui para a frente nadarão contra a corrente do voto útil. Ou seja, da tendência dos eleitores de optar na última hora por um candidato com chances de vitória.
São eles que agora tentam conquistar os eleitores dos demais candidatos que ainda admitem mudar de voto, na corrida final pelo voto útil de primeiro turno.
Curiosamente, enquanto Bolsonaro oscilou dois pontos para cima, Ciro oscilou dois para baixo, dando a entender que uma parte do eleitorado do pedetista já escolheu depositar o voto no atual presidente. Uma parcela, digamos assim, semibolsonarista, mais moderada que os bolsonaristas em geral. Mas as pesquisas anteriores apontavam que maioria dos eleitores de Ciro tem Lula como segunda opção.
Saber se é mesmo de Ciro que Bolsonaro rouba votos é um mistério para o qual somente teremos resposta quando o Datafolha divulgar recortes detalhados da pesquisa.
De qualquer maneira, essa possível movimentação de eleitores, de Ciro para Bolsonaro, mostra que a estratégia do pedetista de radicalizar nos ataques a Lula não surtiu efeito a seu favos. O grupo semibolsonarista de seus eleitores pode ter preferido optar pelo Bolsonaro original a eleger uma cópia de última hora.
Para Lula, fica aí a esperança de que os demais que venham a abandonar Ciro e Simone fluam para um voto antibolsonaro. É esperar para ver as próximas pesquisas.