Dá-lhe, Dilma! Dá-lhe!!! (As voltas que o mundo dá…)

Por Virgilio Almansur

Dilma apanhou muito! Sabia, no entanto, que apanhava por representar um projeto, que é o final de sua fala aqui… Mulher… Mas mulher que carregava um projeto incomum até para os seus pares…

Quanto à idéia exposta pelo indecente deputado, indecente já era quando abraçou a lógica desse movimento reacionário querendo um “brasil livre” (quanta ousadia dessa escumalha que ofende a espécie…), impondo uma dinâmica calcada nas estruturas elementares do expansionismo golpista recebido de braços abertos entre nós.

Esse deslize que inúmeros governos passaram (vide Ucrânia 2013/14), permitindo que se infiltrassem agentes de toda ordem — tornando lacaios vários seguimentos de nossa institucionalidade —, encontra ressonância mundial com as características latentes de cada região.

Na expressão que o jovem promove além mar, não há novidade entre nós. Esse sexismo barato advém de nossas permissividades carregadas de preconceitos ao tratarmos carnes baratas como cantou a finada Elza Soares.

A região eslava, embora loura e de olhos azuis, não nos esqueçamos, gerou slave, escravo. Há uma genética que não se esconde e que não é “esquecida” quando desses arroubos misóginos que estão presentes no desgoverno de triste lembrança, que fomos obrigados a tolerar nos escaninhos de uma pandemia, e, apesar de ter contribuído para tantos desastres, continua a agredir a espécie.

Quando assistimos à degradação ambiental, é a espécie que sussura “Terra! Quem são seus navegantes?”

Dilma, republicana, foi ao ponto! Ela reage cobrando coerência e não deixa o parlamentar desabrigado. Uma simples mãe que aponta para mais deslizes que estão nas entrelinhas, que a mídia ignorou ou simplesmente adotou como ataques fazendo parte de um contexto.

Histórias entrelaçadas, na gênese um péssimo cuidado com a mulher. Dando um salto de milênios e nos vemos assistindo e ouvindo onde está a raiz dessas tresloucadas figuras que conduzem um barco furado e nos põem no fio da navalha…

Quando Dilma aponta para o escárnio sofrido, mamãe phalhei é café pequeno. Ela entende que sofreu um golpe, até riu com seus déspotas vizinhos de poder que levaram ao extremo todo aquele projeto desenhado em Washington, riu representando a impotência dessas mulheres enfileiradas que pecam por olhar. Sim!!! Elas olham e veem… Podem ser golpeadas quando vistas pela per-versão que um tal mamãe representa.

Nós fizemos por onde dar espaço a esses que parecem cair como num castelo de cartas. O que aparece mesmo é o retorno de um reprimido, porque sufocado por todos nós que nesses últimos oito anos ajudamos na expansão doentia do milicianato.

Paremos pra pensar: o quê marcou nesses últimos tempos, senão a escalada de vazamentos? Há quem esteja se sentindo mal com tanta estupidez mesclada à indecência passando nos canais de comunicação… Essa velocidade em rede nos traz sentimentos depuradores e há quem esteja sufocado com tanta barbárie.

Alguém se lembra de uma vagina escancarada na boca do tanque de gasolina dos carros e apontando para o nome Dilma?

Metáforas repugnantes que as metonímias deslizam e vinham deslizando para que hoje víssemos as filas outras… Dos carros…

Dilma, a mulher, concentra a profunda misoginia de que foi vítima — e aqui responde à bestialidade infecta que a apeou do poder — à representação pública de uma servidora…

Não é fácil ser mulher!

 

Assista ao vídeo:

https://www.facebook.com/virgilio.almansur1/videos/1088709301698640

 

Foto: Arquivo pessoal

Virgilio Almansur é médico, advogado e escritor

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