Construir Resistência
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Crimes em Bozonalha e Carnavália

Por Luiz Hespanha

Nos estertores, a República Fedorenta da Bozonalha segue a todo vapor com seus métodos e práticas. Desde que a familícia chegou ao poder que os ataques cotidianos à Democracia foram sendo banal e cotidianamente naturalizados. Da frase síntese do filósofo Dudu Pen Bananinha Drive, aquela de que basta um cabo e dois soldados para fechar o STF, às lágrimas crocodilentas da podre figura diante de uma plateia de fardados, que tudo segue como dantes, no Quartel de Abrantes.
O nivel da estupidez, imbecilidade, idiotia, violência e prática continuada de crimes, verbais e físicos, continua alto e promete continuar 2023 adentro. Os atos e desacatos praticados até aqui mereceriam punições exemplares até na República Esculhambativa de Carnavália.
A liberdade esvoaçante de parlamentares como Lady Zambelli, Carlos Jordy, Bia Kicis e um tal general Girão, por exemplo, que pregam a insurreição armada para que Lula não tome posse. As ameaças de morte feitas ao presidente eleito e a petistas pelo sargento da Marinha Ronaldo Ribeiro Travassos, lotado no GSI do general Heleno do Haiti. As manifestações do general Villas Boas e de outros fardados também nunca votados. A queima de livros feita por advogados admiradores de Goebbels e Herr Adolf em frente à OAB de Cascavel. Tudo isso é crime. Sim, senhoras e senhores, são crimes em qualquer galáxia que se diz ou se pretende democrática.
Tudo anunciado, explicitado, configurado, escrachado e escancarado. E nada. Continua todo mundo solto. As línguas mais ainda. Em setores do Judiciário, em especial na Procuradoria Geral da República, onde pontificam Augusto Aras e Dona Lindôra, reina apenas a ameaça sucupirana sobre três pessoas que abordaram o nobre Procurador em Paris cobrando investigações sobre os escândalos do MEC, da compra superfaturada de vacinas e a farta distribuição de Viagra entre a oficialidade do Exército.
Já sobre a familícia, nada. Como um laboratório dirigido por um Lavoisier de toga, na PGR ações e investigações que se refiram ao Zero Zero, aos demais zeros da família e aliados nunca prosperam. Contra eles nada se condena, nada se pune, tudo se ajeita, tudo se evapora, tudo se conforma.
Somemos a isso o escárnio e a pantomima que são as manifestações (que não podem ser tratadas como estudos de caso), em frente a quartéis e rodovias. Tudo sob o patrocínio de setores do agronegócio e dos transportes, entre outros, muitos já devidamente identificados. Nenhum desses “democratas” de fachada (não de mensagens de WhatsApp) se sente intranquilo diante de uma possível, diria necessária, longa temporada de férias na Papuda e Bangu 8. De novo: nada aconteceu até agora. E, se acontecer, acontecerá com os bagres, não com os tubarões.
São ameaças de morte na subida da rampa, entre outras cenas descritas e incentivadas. Estaria o Judiciário à espera do “atentado” para reunir provas ou planejando o flagrante ser televisionado ao vivo no Jornais da Record, Jovem Pan, CNN e Globo para poder agir mais rapidamente?
Fico imaginando se tais “exercícios” de direito à liberdade fossem praticados pelo MST, pelo MTST, pela Frente do Povo sem Medo ou pela Pastoral do Povo de Rua? Com certeza João Pedro Stédile, Boulos e Padre Júlio Lancelotti já estariam processados e encarcerados. Com hematomas, naturalmente.
Enquanto isso a base do candidato derrotado articula anistia para seu líder e aliados do alto escalão. Talvez, quem sabe, criando o cargo de senador vitalício. Mas, também aceitam a aprovação de uma aposentadoria de R$ 30 mil para quem passou 28 anos fingindo ser parlamentar e mais 4 fingindo ser presidente, ou seja: 32 anos de maus serviços prestados à Pátria, de ataques diários à dignidade humana e à Democracia.

Luiz Hespanha é jornalista, escritor e compositor de música popular. Que em 2023 todos os sigilos sejam quebrados; que os presídios ganhem hóspedes que possam continuar lendo Olavo de Carvalho no banho de sol; e que, finalmente, o Brasil saiba quem mandou o vizinho do futuro ex-presidente, matar Marielle. A foto que ilustra o texto foi tirada no Bloco Esfarrapados no Carnaval de 2020 e a charge é do PV Melo.

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