Credit Suisse é muito grande para ser salvo, mas muito grande para não ser salvo

Por Ari Meneghini

Há um ano as ações do banco CSGN.SW valia 7,65. Há cinco dias caiu para 1,49. Hoje vale 2.07 dólares.

O mecanismo de elevação da taxa de juros tanto na Europa como nos EUA têm sido a fórmula para combater a inflação pós pandemia. Mas essa elevação da taxa de juros tem trazido problemas. Com a quebra dos bancos essa taxa de juros deve baixar, porém a inflação não. Problemas sem solução no curto prazo.

Primeiro foi o SVB que tinha reservas em títulos de renda fixa (prefixada) com a elevação da taxa de juros esses títulos passaram a valer menos. exemplo um título de 1.000 dólares comprado ha ano rendeira 5%, ou seja 50 dólares. Hoje o mesmo título vale menos. Suponhamos 900 dólares para ganhar os mesmos 50 daqui a um ano.

Como a política monetária do FED está sendo de aumentar mais a taxa de juros, significa que o dinheiro de reserva do SVB passou a valer menos a cada aumentado da taxa de juros, então eles tiveram que vender os títulos com um prejuízo de 2 bilhões de dólares. A isso se seguiu uma desastrosa atitude do SVB que emitiu mais ações. O mercado entendeu que isso era um sinal de falta de liquidez. Assim iniciou-se uma corrida de saques até que o banco proibiu os saques e determinou a sua falência.

Se o SVB que era o 16 banco dos EUA já casou muita dor de cabeça, imaginem o Credit Suisse, trigésimo banco do planeta que tem cerca de 600 bilhões de dólares em depósitos?

O Credit começou a perde valor exatamente te porque suas reservas estão comprometidas. Por isso suas ações caíram a 1,49.

O SVB está sendo recuperado com um fundo dos bancos e tb dinheiro do FED.

Já o Credit Suisse pediu 50 bilhões ao sistema suíço e à Europa.

Embora aparentemente pareça que a situação está controlada a probabilidade de mais bancos aparecerem na lista de insolventes é grande como o Deustch Bank.

Nesta semana a Lagarde noticiou o aumento de 0,4% na inflação. o que deu um alivio mas bolsas.

A situação está longe de ser controlada, o Credit Suisse é muito grande para ser salvo, assim como é muito grande para não ser salvo (too big to fail).

Ari Meneghini é historiador e especialista em transformação digital

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