Por Simão Zygband
Vamos conhecendo, cada vez mais, o gosto dos nossos leitores. E sacando o que mais gostam de ler. Curiosamente, entre as 10 notícias mais lidas do site estão matérias diversas, dos mais diferentes temas, que conseguiram se multiplicar pelas redes sociais
Poucos sabem, mais sou um estudioso da Comunicação. Sou jornalista profissional diplomado, registrado no Ministério do Trabalho, desde 12 de fevereiro de 1981.
Fez, portanto, 40 anos. Uma longa estrada.
Quando entrei oficialmente no jornalismo, tendo o meu primeiro registro em Carteira Profissional na extinta editora Shalom, admitido em março de 1981, na função de repórter, os jornais ainda eram impressos em chumbo.
O jornalista escrevia seu texto em uma máquina de escrever em laudas de papel e elas eram enviada para um setor chamado Linotipia, onde se produziam caracteres tipográficos. O jornal era reescrito neste equipamento para através deste molde ser produzida uma chapa com tudo que estava escrito para ser adaptada a uma rotativa. É como se as letras formassem um gigante carimbo que iria “carimbar” as páginas dos jornais. Bem, era mais ou menos assim.
Trabalhei em quase tudo que pude trabalhar na minha profissão: passei pela mídia imprensa (começando ainda na era do chumbo), tive passagens importantes por emissoras de TV de São Paulo (onde fui pauteiro), uma experiência única em rádio cobrindo férias (exatamente na CBN, a rádio que toca notícia), em assessorias de imprensa e de Comunicação parlamentar (trabalhei na Assembleia Legislativa e na Câmara Municipal), de órgãos públicos (Serviço Funerário e SPTrans da Prefeitura paulistana), fui diretor administrativo da Rádio e TV Educativa do Paraná (no governo de Roberto Requião) e chefe da Comunicação do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo, onde, pode parecer incrível, implantei as redes sociais da entidade e editei o jornal Unidade, criado pelo falecido Audálio Dantas, durante seis anos. Foi onde comecei a me familiarizar com o mundo virtual.
Também tenho no meu currículo algumas campanhas eleitorais, como a vitoriosa de Roberto Requião. Mas fiz campanha como produtor de TV para Luiz Inácio Lula da Silva, em 1989, por exemplo, na inesquecível Rede Povo.
Mas foi exatamente no Sindicato dos Jornalistas, pode parecer incrível, que tomei certa familiaridade com as redes sociais. Aprendi na marra como se implantava um facebook, um twitter, além de alimentar diariamente o site da entidade com conteúdo importante para a categoria. Tomei contato com esta modernidade da comunicação.
Posso dizer que no jornalismo fiz praticamente tudo. Trabalhei onde me deram trabalho e sempre me dediquei como se estivesse entrando pela primeira vez em uma redação. Fiz muito mais amigos que inimigos (eles são inexoráveis).
Desde o dia 8 de março de 2021, entretanto, em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, entrei de cabeça no que tem sido a minha melhor experiência dos últimos anos, muitos difíceis, aliás, para quem tem certa militância política. Junto com duas parceiras de luta, a paulistana Adriana do Amaral e a carioca Sônia Castro Lopes decidimos fazer o Construir Resistência, elas provenientes de um outro site do qual eu escrevia eventualmente como colaborador.
O Construir Resistência é a minha mais rica experiência contemporânea em comunicação. Atingiu hoje mais de 171 mil visualizações, com 328 mil eventos. São mais de mil acessos diários. É motivo orgulho, mas de muita análise e reflexão. Cada um de nós editores tem autonomia para escrever e postar o que achar pertinente, mesmo que algumas vezes não concordemos com o conteúdo. Mas é com esta característica mesmo que ele se viabilizou (não financeiramente, é verdade), mas como uma presença na vida de centenas de pessoas. Respeitando exatamente as diferenças e nos unindo no que é comum.
A única exceção é que não admitimos ou publicamos nada que apóie ou que legitime o governo de extrema-direita do genocida Jair Bolsonaro ou mesmo aqueles que tenham apoiado o golpe contra a presidenta Dilma Rousseff, estes também pais do bebê-diabo que ocupa ilegitimamente a cadeira presidencial.
O Construir Resistência é composto pelo site e também pela rede social composta por um grupo de whatsapp com cerca de 200 nomes (e com baixíssima defecção), uma página no facebook com mais de 750 nomes e outra no Instagran com mais de 200 seguidores. Também há postagens do Linkedin e no telegran e disparos no twitter.
Vamos conhecendo, cada vez mais, o gosto dos nossos leitores. E sacando o que mais gostam de ler. Curiosamente, entre as 10 notícias mais lidas do site estão matérias diversas, dos mais diferentes temas, que conseguiram se multiplicar pelas redes sociais.
A mais lida, curiosamente, é sobre o Oscar, com o título “E Holywood finalmente descobriu a crise do capitalismo”, com mais de 9 mil visualizações.
Mas tem também de futebol “Felipe Melo e o ovo da serpente”, de política “O governador do sul jogou merda no ventilador”, sobre a morte de um jurista defensor dos Direitos Humanos “Hoje o Brasil perdeu um homem bom” e do sempre presente padre Julio Lancelotti “Missa é monitorada contra ataques na rede de ódio”. Também está vigorosa a matéria sobre a luta armada “Meu pai não morreu. Está mais vivo que muito vivo, diz filha de Carlos Lamarca” e sobre a pandemia “Nicolelis alerta: Delta vai explodir no Brasil em setembro”.
Isso não significa dizer que as mais de 1.500 postagens realizadas pela gente mesmo e por colaboradores não sejam extremamente importantes, independentemente do alcance que atinjam. Só se alcançou as 171 mil visualizações com a diversidade de assuntos, temas, posições etc . Há textos mais chamativos e outros mais conteudistas, todos muito importantes. Há espaço para todos que queiram lutar contra o autoritarismo.
Também é importante ressaltar o apoio financeiro de alguns dos nossos apoiadores, que conseguiram visualizar a importância da proposta.
A eles e a todxs, nosso muito obrigado.
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Acompanhei de perto sua trajetória. Principalmente quando teve que implantar a comunicação por meio de Redes Sociais no nosso Sindicato. Muito bom ver o Construir construindo.