Compra de mansões em dinheiro foi a pá de cal na campanha de Bolsonaro

Por Simão Zygband

Sempre se pode estar errado e é fácil se enganar quando a previsão é de futuro. Não existe esta futurologia sempre habilmente conduzida pelas cartomantes. Mas a notícia da Folha de S.Paulo, um furo de reportagem dos jornalistas Thiago Herdy e Juliana Dal Piva de que o clã presidencial adquiriu 107 imóveis, dos quais 51 em dinheiro vivo foi a pá de cal na candidatura do miliciano Jair Bolsonaro.

Tenho alguma experiência em campanha e o eleitor demora um tempo para assimilar uma informação. Não basta fazer um ataque a um adversário para reverter votos. Mas este fato é extremamente demolidor e facilmente digerível pelo eleitorado.

A informação da compra de mansões no “cash”, admitida pelo próprio candidato ocupante da cadeira presidencial (“qual o problema de comprar imóvel com dinheiro vivo?”), dificilmente permitirá uma reação da já combalida campanha do capitão reformado, que entre outras proezas, ataca a jornalista Vera Magalhães, durante o debate na TV Bandeirantes, em pool com outros veículos de comunicação, de maneira misógina, machista e grosseira, para um eleitorado majoritariamente feminino.

Ele já havia insultado a repórter Patrícia Campos Mello, da mesma Folha de S.Paulo (pelo qual foi condenado a pagar indenização), fazendo uma ironia grotesca (como lhe é comum) dizendo em público “ela queria um furo. Ela queria dar o furo a qualquer preço”, provocando estúpidas risadas gerais. Mas exatamente um “furo jornalístico” vai fazer literalmente a casa de Bolsonaro cair (sem qualquer ironia, claro).

Bolsonaro por si só é um desastre e nunca escondeu isso de seu eleitorado tacanho. Votaram nele os ignorantes que acreditaram que ele iria combater a corrupção, movidos também por um histérico antipetismo construído para combalir os dois mandatos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sacramentar o golpe contra a ex-presidenta Dilma Rousseff.

Claro que todas estas questões ainda pesam muito no imaginário do eleitorado conservador que, mesmo tendo o ex-governador Geraldo Alckmin como vice, ainda vê em Lula um incendiário comunista, comedor de criancinhas, que junto com o MST e o MTST invadirão casas e fazendas, implantando a ditadura de esquerda no Brasil. De fato não conhecem o hiper conciliador Luiz Inácio, que já provou que é e sempre foi o Lulinha Paz e Amor.

Haja o que houver, acredito que a campanha da Imobiliária Bolsonaro, que compra milhões em imóveis no dinheiro vivo, está mortalmente ferida. Cai por terra a equivocada imagem de honestidade, exatamente do presidente mais desonesto que o Brasil já teve.

Claro que com este tipo de gente nunca é bom bobear e todos devem sempre estar empenhados em puxar votos para Lula, até a abertura da urnas.

Mas 2 de outubro está logo aí para revelar a verdade.

 

Veja alguns memes e frases  que estão explodindo nas redes sociais:

 

-“51 imóveis pagos em dinheiro vivo. Isso explica por que raramente vejo uma nota de 200 reais”.

“Para carregar R$ 26 milhões, a família Bolsonaro precisaria de apenas 28 malas ou mochilas com a capacidade de transportar 12,8 litros em dinheiro”.

“Bolsonaro nunca foi herdeiro, nunca foi empresário e foi expulso do exército com 32 anos de idade. Depois disso foi deputado por 348 meses, a soma de todos os seus rendimentos nesse período (como deputado e capitão reformado)  é igual a 10 milhões 432 mil 590 reais e 54 centavos. Detalhe: essa conta leva em consideração que ele não gastou um real com nada! Só guardando o dinheiro no banco. Pergunta-se: de onde veio os 26 milhões de reais que Boisonaro usou pra comprar 51 imóveis em dinheiro vivo? Lembrando que são 107 imóveis comprados, se ele financiou, como ele pagou? As contas não batem. #BolsonaroCorrupto”.

 

 

 

 

 

 

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