Ciro Gomes como ícone de arrogância e baixeza moral

 
Ciro Gomes é um seguidor ruim de Protágoras, o sofista. O grego sentenciou: “o homem é a medida de todas as coisas, das coisas que são, enquanto são, das coisas que não são, enquanto não são”.
 
Na visão do homem de Pinda, “Ciro é a medida de todas as coisas, das coisas que são, enquanto são, das coisas que não são, enquanto não são”.
 
Parece, pois ter-se educado no tratado de erística de Schopenhauer, aquele adorado por Olavo de Carvalho, cujo objetivo é fornecer meios para se “ganhar qualquer discussão, mesmo sem ter razão”.
 
O ex-militante do PDS, partido que sucedeu a Arena, partido da Ditadura Militar, mostrou seus explosivos dons de argumentação belicosa no encontro virtual com o humorista Gregorio Duvivier.
 
Primeiramente, vale destacar que não se promoveu um debate de verdade, mas uma espécie de second react ou um monólogo com coadjuvante.
 
Ciro monopolizou a palavra e interrompeu o convidado sempre que este tentava concluir um raciocínio. Esse tipo de interdição do discurso alheio é típico das personalidades autoritárias, que procuram calar no vozeirão inflamado o interlocutor divergente.
 
Como sempre, Ciro mistura dados, confunde informações e as deforma até que caibam em seus conceitos pré-estabelecidos e nos padrões da autopropaganda. Foi o que fez para sustentar sua tese de que Bolsonaro teve 70% dos votos na eleição de 2018.
 
Advertido sobre a incorreção, adulterou o enunciado, restringindo sua observação ao Rio de Janeiro. Afinal, Ciro nunca pode admitir o erro.
 
O candidato do PDT afirmou ainda que a votação expressiva de Bolsonaro se devia exclusivamente à rejeição ao PT e a Lula. Esqueceu-se de mencionar a imensa aprovação do ex-presidente ao fim do segundo mandato e o sucesso de suas políticas de desenvolvimento econômico e inclusão social. Ciro atribui, desonestamente, a Lula a degradação resultante do movimento do golpe, iniciado ainda em 2014.
 
Sem qualquer registro das falas do adversário, Ciro acusou Duvivier de ser racista, com base nas críticas deste às ideias e práticas do Cabo Daciolo.
 
Trata-se obviamente de um crime de Ciro Gomes, ao praticar calúnia, conforme estabelece o artigo 138 do Código Penal, que renderia, no regime de normalidade jurídica, multa e pena de detenção de seis meses a dois anos.
 
O mesmo vale para os graves insultos de Ciro Gomes a Lula, que chamou de “ignorante” e “corrupto”, fazendo coro com as piores turbas do bolsonarismo fascista. O gritalhão insiste da tese, compartilhada pelo capitão, de que o metalúrgico não é inocente, mesmo com a extinção dos processos viciados constituídos por Dallagnol e Moro.
 
Mitômano, Ciro Gomes, arrogou-se o salvador do Plano Real, o único a ter um projeto para o país e o derradeiro brasileiro vivo com condições morais de exercer a presidência.
 
O candidato que foi curtir luxos europeus, no segundo turno do pleito de 2018, berra agora que vai vencer a eleição e crucifica seu inimigo “baixinho”, como representante de uma suposta esquerda caviar que nada sabe do povo brasileiro.
 
Se fosse realmente honesto, Ciro reconheceria os avanços obtidos na Era Lula, como o aumento real do salário mínimo, o aquecimento da economia, a expansão das universidades, o aumento da capacidade de produção de energia, a erradicação da fome e o fortalecimento do SUS.
 
Prefere, no entanto, desconsiderar a realidade e exaltar suas supostas façanhas, como os 116 dias tumultuados no Ministério da Fazenda que ele valoriza como quatro anos de incríveis proezas, em ufanismo constrangedor.
 
O que resta do debate é a certeza de que Ciro Gomes não tem estrutura moral e emocional para reger o país, especialmente pelo hábito deletério de moldar os fatos a seus propósitos e à satisfação de sua alucinação narcísica.
 
O que se pode elogiar do encontro é a paciência estoica de Gregório Duvivier, que, como muitos de nós, viu do outro lado apenas uma pessoa “desagradável”. Que o humorista tenha recuperado a paz de espírito ao colocar a filha para dormir.

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