Por Celso (Tilango) Fontana
Cai a encosta
Quase em costas minhas
Da província
De onde tu provinhas
Já grafara
Pero Vaz Caminha
Chuvaceiro
Ouro e prata
E fogo na mata
Forasteiros
Bandeirantes embusteiros
Em busca de mamatas
Ouro Preto
Antes Vila Rica
Agora gueto
Como é que fica ?
Adianta impropério
Se o ouro já foi pro império ?
Restou tudo escavado
Minas abandonadas
Barragens mal vigiadas
O povo espoliado
Cromo, Arsênio e Mercúrio
Foram mesmo um mau augúrio…
Não restou nem mesmo arca
Nem Arcádia Ultramarina
Impuseram nossa sina
Piratas e oligarcas
Em histórias tão medonhas
Tão venais, tanta vergonha…
O casarão caiu:
Virou escombro e pó
A maldição já se cumpriu
– E eu não quero viver só
Não restaurar a monarquia,
mas água, morro, povo e harmonia…
Celso (Tilango) Fontana é analista legislativo e cantador de Calango desde os 6 anos de idade. Após o assassinato de seu incentivador, Orlando Marcos da Silva, o Tilango, adotou o mesmo pseudônimo. Estudou na USP (Direito( e na FGV (Administração) e na UNESP (Governo e Poder Legislativo). A Alesp publicou seu livro “os Negros na Assembleia dos Brancos”, em 2007