Por Altamiro Borges
Utilizando uma técnica aplicada pelos neofascistas no mundo, Jair Bolsonaro faz de tudo para desviar o foco e evitar o debate dos grandes temas nacionais. Na sua tática diversionista, ele provoca e destila ódio. Nos últimos dias, o “capetão” indultou um criminoso condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), voltou a atacar as instituições democráticas e o sistema eleitoral e fez insinuações golpistas sobre as Forças Armadas – que “não dão recado e sabem como proceder”. Ele também disparou acusações levianas contra Lula, falou sobre a “ameaça comunista” e abordou a pauta conservadora de costumes. Enquanto isso, as injustiças e contradições se acumulam no Brasil das trevas bolsonarianas.
Nesta quinta-feira (21), o jornal Estadão noticiou, sem maior alarde, que “cerca de um terço dos brasileiros teve redução ou perda total de renda” nos últimos seis meses – ou seja, já depois da pior fase da pandemia da Covid-19. A reportagem tem como base uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional das Indústrias (CNI). Entre a população mais pobre, com renda familiar de até um salário mínimo, o quadro é ainda mais dramático. O percentual vai a 47%.
Já a Folha desmontou mais uma fake news do presidente, que nunca assume as suas responsabilidades e sempre joga a culpa nos outros pelas desgraceiras no país – ora nos governos estaduais, ora na guerra da Ucrânia ou nas esquerdas e no Lula. Segundo a denúncia, a gasolina no Brasil está entre as mais caras do mundo. O preço do litro está cerca de 15% acima da média praticada em 170 países, segundo levantamento feito pela consultoria internacional Global Petrol Prices.
Outra notícia gravíssima foi publicada pelo jornal Valor e traz um estudo da Organização Mundial de Saúde. De acordo com projeção da OMS, o número de mortes por Covid no Brasil pode ser até 50% maior do que o registrado oficialmente. A pesquisa tem como base os óbitos computados em dezembro do ano passado – que bateram em 619 mil. Para o órgão, esse número trágico teria sido de mais de 1,24 milhão de mortes causadas pela doença e pela irresponsabilidade do governo genocida.
Mas não há só notícias “ruins” no Brasil de Jair Bolsonaro. A Folha informa, também sem maior alarde, que “4 dos 10 bancos mais rentáveis do mundo são brasileiros”. Na lista aparecem a filial brasileira do espanhol Santander, o Itaú-Unibanco, o Banco do Brasil e o Bradesco. Isto explica porque os abutres financeiros seguem dando apoio ao “capetão”, apesar das tragédias no país. O fascista, com suas técnicas de desvio de atenção, suas ameaças golpistas e seus milicianos das Forças Armadas, ainda é funcional à cloaca burguesa!
Altamiro Borges é jornalista, presidente do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé e editor do Blog do Miro