Por Sonia Castro Lopes
Ontem (8), um bando de negacionistas invadiu a Alerj – Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro – com o objetivo de tumultuar a sessão na qual se votava o Projeto de Lei que pretende acabar com a exigência do passaporte da vacina contra a Covid-19. Sob a alegação de que a obrigatoriedade da vacinação viola as liberdades individuais, os manifestantes, aos berros, tentaram impedir o discurso dos deputados de oposição.
A turma de bolsonaristas chegou a quebrar o vidro da portaria da Alerj e protagonizar momentos de vandalismo. Naturalmente, respaldados pelas últimas declarações do Presidente da República e de seu ministro, Marcelo Queiroga, para quem, “é melhor perder a vida do que a liberdade.” Realmente, trata-se de um governo genocida que, ignorando as recomendações da ANVISA, rejeita o passaporte vacinal e insufla seu gado a agir de forma absolutamente truculenta.
Quem rejeita a vacina por não acreditar na ciência, por ignorância ou porque segue irracionalmente as orientações de seu “mito”, que não se vacine. Mas aguente as consequências, pois a liberdade individual não deve se sobrepor aos direitos e à liberdade coletiva.
O Brasil sempre foi referência mundial em vacinação e, se quisermos derrotar a pandemia, é necessário ampliar a vacina para todos, incluindo crianças. O retorno às aulas presenciais já é uma realidade e não faz o menor sentido expor crianças à doença e suas consequências que podem ser fatais.
Comprovantes de vacina são exigidos há muito tempo, tanto para viagens ao exterior – no caso da febre amarela – como para matrícula de crianças nas escolas, inscrição em concursos públicos e serviço militar. E nunca ninguém se opôs a essas determinações. Por que essa reação agora? Parece que estamos regredindo e voltando ao início do século passado quando ocorreu no Rio de Janeiro a Revolta da Vacina (1904).
É preciso que o PL não seja aprovado e que os deputados da oposição não se sintam intimidados com a violência dos bolsonaristas. Vacinação sim e para todos! E que seja exigido o passaporte nas escolas, faculdades, academias, supermercados, shoppings, restaurantes, transportes.
Negacionistas não passarão. Que vivam isolados, numa quarentena sem fim.