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Bolsonarista mata tesoureiro do PT no PR; quantos fanáticos como este existem no país?

Com informações das Redes Sociais

A intolerância política causou uma tragédia neste sábado, 9, em Foz do Iguaçu. Armado e aos gritos, o agente penitenciário federal, Jorge José da Rocha Guaranho, invadiu a festa de aniversário do guarda municipal Marcelo Arruda, e o matou com três tiros.

 

Petista assassinado

Arruda comemorava seus 50 anos, com pouco mais de 40 pessoas, em uma festa de aniversário temática do PT e do Lula na sede da Aresfi (atrás da antiga Cobal) em Foz do Iguaçu. Tudo ia bem até que Guaranho invadiu a festa gritando Bolsonaro, mito e xingamentos, afirmando que mataria a todos na festa.

A mulher do algoz com um filho no carro gritava e pedia para sair do evento. Depois de uma rápida discussão, Guaranho saiu e prometeu voltar para “uma chacina”. Quem estava na festa não deu muita atenção ao episódio, mas Marcelo Arruda com quase 30 anos de atuação na Guarda Municipal afirmou aos amigos: “vai que esse maluco volta, por via das dúvidas vou pegar minha arma no carro”.

Não deu outra, o maluco bolsonarista voltou e executou o guarda municipal com três tiros. Mesmo ferido, Arruda conseguiu balear o agente penitenciário evitando a chacina anunciada pouco antes na festa.

Bolsonarista assassino

Intolerância

O episódio mostra o clima de intolerância política que vem uma escalada crescente no país desde 2018, quando um professor foi morto em Salvador (BA) após ter declarado que votou no PT nas eleições presidenciais.

Marcelo Arruda era tesoureiro do PT em Foz do Iguaçu, foi candidato a vice-prefeito nas eleições de 2020 e diretor do sindicato municipal de servidores. Deixa a mulher e quatro filhos (uma filha de seis anos e um bebê de um ano).

Morreu na contramão da história

O médico paulista Nelson Nisenbaum faz uma análise política do episódio:

“Acabei de saber que o assassino do líder petista em Foz do Iguaçu foi também baleado e morreu. Fico pensando em seus eventuais irmãs e irmãos, pai, mãe, filhos, parentes e amigos. Sofrerão pelo resto de suas vidas as consequências do ato insano de um fanático adoecido por um Brasil não menos doente. Fico pensando no eventual sentimento de culpa que terão para os restos de suas vidas de não terem identificado as tendências deste grau de violência em uma pessoa comum, que fazia parte do seu círculo íntimo.

A pergunta que fica, é a seguinte: quantos homens bomba deste tipo estão com o relógio ligado no nosso país neste momento. Só posso desejar que com base neste episódio as pessoas que estejam em torno de eventuais fanáticos bolsonaristas como este, acordem para a tragédia que estão presenciando e de alguma forma tentem conter essa gente. Do contrário, muitas famílias e muitas pessoas poderão ter que arcar com o destino miserável de terem tido suas histórias ceifadas pelo culto a um imbecil e a uma ideologia de sangue, doença destruição, morte e ódio”.

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