Por Bruno Rico
Rolando a tela aqui do Facebook vejo duas notícias que me atentaram para o mesmo problema. A primeira falava do acidente de carro com o BBB Rodrigo, onde o motorista do serviço de aplicativo disse que provavelmente cochilou ao volante. A segunda notícia falava das denúncias de trabalhadores de fast food de SP que reclamavam que estavam fazendo 14 horas de trabalho, sendo que nem sentar eles podiam.
É impossível ver essas duas notícias e não associar com a precarização do trabalho no Brasil e as recentes reformas trabalhistas, aquelas que lá atrás diziam que era só dialogar com o patrão que ia ficar tudo certo, que o funcionário ia ter moral e seria ouvido.
É lógico que o cidadão que dirige em aplicativo vai se sobrecarregar vendo o combustível caro, contas exorbitantes pra pagar e família pra criar, aliando tudo isso ao stress, é fato que vários vão cochilar ao volante ou não vão fazer um bom atendimento.
Mesma coisa com o atendente daquela lanchonete famosa que você entra cheio de fome, o mesmo que às vezes você nem cumprimenta e ainda quer arrumar barraco quando teu lanche demora; além das exaustivas horas de trabalho pra ganhar menos de mil Reais, ele ainda tem um transporte público totalmente esculachado e caro, mas você vai querer que ele esteja sempre com um sorriso no rosto.
A real é que pessoas que nunca trabalharam na vida, nunca pegaram um transporte público, estão criando leis para a classe trabalhadora, quando na verdade isso nunca vai nos beneficiar em nada; e aí quando alguns se revoltam e vão para as ruas protestar contra isso, chega um e chama de vândalo, e boa parte da massa ainda compra esse discurso.
O lema do coach é “trabalhe enquanto eles dormem”, né? Só que tem gente que já está trabalhando enquanto dorme, e nem dinheiro está vendo, e aí, como faz?
No mais, fique sempre atento ao seu motorista de aplicativo, principalmente em viagens longas, e use sempre o cinto, porque alguns vão cochilar mesmo.
Quanto ao atendente da lanchonete que você chega cheio de pressa, tente ser, ao menos, uma pessoa gentil, pois qualquer ato de gentileza e empatia já pode melhorar o dia caótico daquela pessoa.
Bruno Rico é jornalista e colunista da Brazilian Report