Simão Zygband


Há um velho ditado que diz que o fruto não cai longe da árvore. É o que revela a chacina ocorrida na manhã desta sexta-feira (25) na cidade de Aracruz, no Espírito Santo, em duas escolas da cidade que vitimou as professoras de matemática, Cybelle Passos Bezerra Lar e de Artes, Maria da Penha Pereira de Melo Banhos, além de uma aluna de 14 anos, assassinada em um outro estabelecimento escolar.
O atirador, de 16 anos, é filho do Tenente PM Fábio Castiglione, um policial que se apresenta nas redes sociais como psicanalista e em sua conta no Instagram exibe postagem do livro mais conhecido do nazista Adolf Hitler, “Minha Luta” (em alemão, Mein Kampf), acompanhado da mensagem “Ler é uma das chaves para expansão da consciência”.
O autor da chacina (que poderia ter se transformado em uma tragédia de maiores proporções) utilizou durante os ataques uma roupa camuflada com símbolos nazistas. Ela possuía uma braçadeira com uma suástica e uma máscara de caveira, ou “skull mask“, item muitas vezes associados a grupos neonazistas. Informações dão conta que o assassino descobriu o segredo do cofre onde o pai guardava as armas e a chave do carro e planejou o atentado durante dois anos.
A imprensa não apenas omitiu o nome do atirador, por ele ser menor de idade (e protegido por Lei), como também do seu pai, por ele ser Policial Militar. O Construir Resistência o obteve em apenas uma única publicação no Google. Por tratar de homicídio cometido por menor, o pai pode ser responsabilizado por ele. Diante da tragédia, que vitimou fatalmente três pessoas e deixou outras treze feridas (inclusive duas crianças, uma delas em estado gravíssimo) apareceu uma versão atenuante, que deverá servir como defesa do assassino, alegando que ele possuía problemas mentais e era acompanhado pelo próprio pai, psicanalista.
Uma das armas utilizadas na chacina é cadastrada como sendo particular, com registro em nome de Fábio Castiglione e a outra pertence à Polícia Militar do Espírito Santo. O adolescente também usou o carro do pai (ou da mãe) – um SUV Renault Duster dourado – para cometer os ataques.
O assassino primeiro se dirigiu à Escola da Rede Estadual Primo Bitti, onde já havia estudado, matando as duas professoras e, em seguida, foi para a escola privada, o Centro Educacional Praia de Coqueiral (CEPC), ambas no mesmo bairro, matando a aluna de 14 anos.
Influência nefasta
O governo do derrotado Jair Bolsonaro incentivou o uso indiscriminado de armas de fogo, atuando como lobbista da indústria armamentista. Há suspeitas que pessoas ligadas diretamente ao Palácio do Planalto enriqueceram com a liberação indiscriminada do uso de armamentos, além da abertura endêmica dos chamados clubes de tiro. As chacinas se multiplicaram no governo extremista.
Sob o governo nazifascista do atual mandatário, houve um empoderamento das polícias militares e guardas civis, que se transformaram em verdadeiros esquadrões da morte. É como se sob o comando do capitão reformado fosse dado um alvará para a matança, sobretudo da população preta e pobre.
Criou-se junto a isso uma juventude alienada, facilmente capturada por ideias nazistas, ainda mais quando possuem incentivo em seu próprio lar. Foi o caso do jovem assassino, que pode sim ter problemas mentais, mas que tinha um péssimo exemplo de um pai PM que cultuava Adolf Hitler, um ser psicótico que assassinou 6 milhões de judeus, além de homossexuais, ciganos, esquerdistas, muitos deles em câmeras de gás.
Bolsonaro, um admirador de torturadores, não serve como exemplo para a humanidade e mesmo torrando bilhões de reais às custas da miséria do povo brasileiro, não conseguiu sua reeleição.
Ele mesmo é um nazista, atestam os estudiosos e deixou atrás de si um rastro de sangue. Sob o seu governo, células de grupos neonazistas cresceram 270,6% no Brasil entre janeiro de 2019 e maio de 2021. Segundo estudos, existem pelo menos 530 núcleos extremistas, que podem conter cerca de 10 mil pessoas ativas, operando no Brasil.
A maioria dessas pessoas se identificam como neonazistas e têm em comum o ódio contra feministas, judeus, negros e a população LGBTQI+. Pensam que tudo pode ser resolvido com a eliminação física daqueles que não gostam. É o que ocorreu na cabeça doentia do jovem atirador.
É deste tipo de modelo que nos livramos no dia 30 de outubro com a eleição do Lula.