Atentados contra escolas são fenômenos psicossocial e não apenas criminal

Por Jarbas Capusso Filho
Depois do aumento exponencial de atentados nas escolas, à partir de 2019 (foram 13 desde então, num total de 23, desde 2016) a nova inteligência política da extrema direita já tem a solução: armar professores e polícia dentro das escolas. Coisa de gênio, vamos combinar. Nos EUA, que vive esse problema há décadas e que tem uma ampla política armamentista, hoje, a media é de 1,5 atentados POR DIA! Armas não diminuiu o número de homicídio em nenhuma parte do planeta. Ao contrário, só fez aumentar. No Brasil, querem acabar com os atentados do mesmo jeito que querem acabar com tráfico, atirando. Depois de décadas, atirando nas comunidades, temos  uma pilha sem fim de cadáveres e o segundo sistema prisional do mundo (800 mil presos). O consumo e o tráfico de drogas? Vão muito bem, obrigado. Firmes e fortes.
O Brasil tem cerca de 180 mil escolas públicas. Ambientes de extrema vulnerabilidade social, falta de estrutura, professores mal remunerados e alunos adolescentes solapados por muito discurso de ódio nas redes sociais e muito bullying. Ninguém pensou em cuidar da saúde mental dessa população? Ao contrário de polícia, dentro da escola, psicólogos? Assistentes sociais? Convênio direto das escolas, com os Cras, Creas, Sus e Caps? Ninguém vai ter essa ideia mágica? Atentados contra às escolas é um fenômeno psicossocial. Não pode e não deve ser tratado só como um fato criminal. Quem prática o atentado, muitas vezes, já dá como certo a sua própria morte. Por que policiais ou professores armados coibiriam esse fenômeno?
O Brasil, definitivamente, não conhece o Brasil, Elis!
Jarbas Capusso Filho é psicólogo clínico, dramaturgo e roteirista de TV

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