Por Adriana do Amaral
Como em todo clássico Brasil x Argentina, o resultado virou polêmica. WO para o Brasil? Isso é tema para a cartolagem…
O técnico do Brasil manteve os jogadores em campo na tentativa de garantir o placar. Os argentinos foram para o vestiário. Mas, o fato é que, torcedores ou não dos dois países, tiveram uma lição de como combater -ou não- o #coronavírus em todas as suas variantes.
Todos foram pegos de surpresa? Vimos depois que não, pois existe um protocolo sanitário, regras válidas além das quatro linhas do campo, que foi descumprido. E, mesmo no país do presidente #Bolsonaro algumas leis ainda vigoram…
Os viajantes, brasileiros ou estrangeiros, oriundos do Reino Unido, África do Sul e Índia, mesmo testando negativo para #Covid-19, tem de cumprir quarentena ao chegar no Brasil. Regras similares são impostas em muitas partes do mundo… A #Fifa sabia, a #Conmebol sabia, a #CBF sabia…
Não foi por acaso que parte da seleção brasileira não entraria em campo, permanecendo nos países onde jogam, atualmente. Inicialmente, justificou-se que era porque os times não haviam liberado. E a seleção, para “não prejudicar os times que disputam os campeonatos no Brasil” inclusive modificou o calendário nacional, para que os técnicos liberassem os seus craques.
Mas, quatro argentinos entraram em campo… Eles vieram da “zona da quarentena”, o Reino Unido, e mesmo assim se juntaram aos companheiros. Foram avisados que não poderiam jogar, mas mesmo pisaram no gramado da #NeoQuímicaArena, do #Corinthians.
Bola rolando, bola fora
A #Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) interveio e a #PolíciaFederal estava a postos, à paisana. O que se viu foi um espetáculo de desinformação, inicialmente, até que o presidente da Anvisa, Antonio Barras Tores foi ouvido, ao vivo em rede nacional.
“Estamos diante de uma sequencia evitável de eventos em descumprimento de normas sanitárias do país”. Ele explicou que os quatro argentinos descumpriram três regras da legislação brasileira, o que configura crimes: mentiram ao registrar a Declaração de Saúde do Viajante, omitindo que passaram pelo Reino Unido: descumpriram a orientação de permanecer no hotel e não cumpriram a quarentena imposta.
A Portaria Ministerial não é novidade, e foi assinada por três ministros (Saúde, Justiça e Casa Civil), com assessoramento da Anvisa. “Nada foi criado de sexta para domingo”, argumentou Barras Torres.
Segundo ele, ocorreram uma “sequência de descumprimentos”, que demandou ação dos agentes públicos, sob risco de prevaricação. “Nesse estágio da #pandemia, temos de evitar o risco sanitário”, justificou, lamentando as “cenas desagradáveis”.
De acordo com a legislação brasileira, os brasileiros nativos podem retornar ao Brasil, mesmo oriundos das regiões de restrição, mas serão obrigados a cumprir quarentena. O impedimento segue aos estrangeiros. Aos argentinos que não cumpriram o protocolo sanitário cabe a deportação.
O quiprocó da tarde de domingo (5) teria sido evitado se a seleção argentina tivesse jogado com os demais jogadores da equipe. Foram longos minutos caóticos até que a Conmebol anunciou, via #twitter, que pegou a bola para si, dona que é, suspendendo a partida.
Quem contesta a decisão da Anvisa é conivente.
Quanto ao futebol? Ah, outro capítulo na rixa entre os brasileiros e os nossos irmãos de fronteira.