Por Simão Zygband
Claro que todos ficam cheios de dedos e em hipótese alguma querem causar dificuldades para o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que, convenhamos, já teve uma eleição das mais difíceis e por que não dizer, heróica.
Com o fascismo não se briga e não se pode relaxar um minuto sequer. Quem não teve esta leitura desde quando Lula saiu vitorioso nas urnas, os dois meses tensos da transição, a diplomação (quando já houve amostras do perigo, com atos de vandalismo), a posse glamourosa (mas que muitos tiveram medo de ir), até os atos insanos de barbárie dos terroristas teleguiados, não avalia bem o momento político que o país atravessa.
Não fosse a atuação exemplar do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, com sua vigorosa caneta, e talvez o país estivesse derramando lágrimas e amargando um golpe que as ratazanas beneficiárias do poder do fascismo estiveram armando a cada minuto, colocando em xeque a nossa suada Democracia.
Xandão se transformou assim no carrasco dos fascistas. Possivelmente em conversas com o presidente Lula, fez o serviço que deveria ter sido feito desde o primeiro minuto de governo. Claro que há um hiato de acomodação dos quadros, ainda sequer nomeados pela nova gestão. Mas, infelizmente, diante das circunstâncias, a caneta federal (e não a de Lula, especificamente), já deveria estar azeitada para combater a turba nazista que atormenta o país desde a posse do genocida.
A sorte é que o fascismo brasileiro é tacanho e incompetente e só possui ideias estúpidas, mais baseadas em ações de marginais milicianos do que propriamente em uma logística articulada com inteligência para desferir um golpe contra a democracia e contra o presidente eleito. Que o diga o general Pazzuello, um desastrado militar especializado em Logística (sic) e cuja incompetência à frente do Ministério da Saúde ceifou a vida de 680 mil brasileiros.
Para ciumeira do que vou escrever, em um governo com tantos candidatos a presidente para sucessão do Lula, é inegável que Alexandre de Moraes, com sua determinação e surpreendente ação anti-terror, se viabiliza também como um presidenciável. E com toda justiça, aliás. Confesso que por várias razões, sempre tive um pé atrás com Alexandre Moraes. Parecia próximo do golpista Michel Temer, mas sugere-se que tenha sido indicado para ele por Geraldo Alckmin, de fato seu padrinho político.
Mas o que importa são os resultados. Xandão é o terror dos bolsonaristas e só por isso já ganha a simpatia daqueles que votaram em Lula. Com este desempenho ganha um destaque especial na corrida presidencial de daqui há quatro anos que terá também vários nomes viáveis como Fernando Haddad (PT), Geraldo Alckmin (PSB), Simone Tebet (MDB) e correndo por fora a primeira dama, Rosangela Lula da Silva, a Janja, nossa Evita Peron. Flávio Dino, mais um dos nomes viáveis, sai ligeiramente chamuscado pelos tristes episódios.
Mas o governo Lula está só começando. Que cada um destes personagens, presidenciável ou não, cumpra com seu papel, sem dar moleza aos fascistas.