Por Fernanda Melo Larsen, correspondente da RFI em Copenhague
De acordo com informações divulgadas pela imprensa local, Lizette Risgaard, de 62 anos, se comportou de maneira inadequada com homens mais jovens, durante vários anos. As denúncias provocaram o pedido de demissão da presidente da Confederação dos Sindicatos da Dinamarca.
Segundo relatos anônimos publicados pelos veículos de imprensa Berlingske e Ekstra Bladet durante o fim de semana, pelo menos 10 episódios de assédio ocorreram entre os anos de 2016 e 2021. As denúncias fizeram o comitê executivo da Confederação dos Sindicatos da Dinamarca abrir uma investigação legal externa sobre o caso.
Com mais de 1,3 milhão de membros em 65 organizações públicas e privadas, a Confederação dos Sindicatos da Dinamarca é a entidade que rege os acordos trabalhistas no país escandinavo.
Lizette Risgaard chegou a ser considerada uma das mulheres mais poderosas da Dinamarca. Ela liderava a entidade dinamarquesa desde 2015, e antes disso ocupou o cargo de vice-presidente da Confederação dos Sindicatos entre os anos de 2007 até 2015.
Em uma declaração nas redes sociais antes da renúncia, Lizette admitiu que “as pessoas experimentaram toques físicos indesejados feitos por ela” e pediu desculpas pelo comportamento.
momento lamentável para nós termos de mudar de presidente em um dia importante como esse”, se limitou a responder Morten Skov.
Credibilidade no 1º de Maio
A celebração do 1º de Maio é um dos eventos mais importantes do país, e o discurso de Lizette Risgaard, considerado um dos mais aguardados, seria realizado em um dos maiores parques públicos de Copenhague.
O escândalo envolvendo a ex-presidente da Confederação dos Sindicatos na Dinamarca foi citado durante o discurso que a primeira-ministra Mette Frederiksen, do partido Social-democrata, fez em frente ao Museu do Trabalho na Capital dinamarquesa.
“Em princípio, não comento assuntos pessoais em outras organizações ou empresas. Mas é claro que nós, como sociedade, ainda temos muito trabalho pela frente a realizar” disse a primeira-ministra.