Por Luis Otavio Barreto
O engodo na ideia privatização é o raciocínio de que o objeto, na mão da iniciativa privada, funcionará como deve, quer dizer, será cuidado, gerará empregos, fará, portanto, a economia girar. Tudo isso com a atrativa cobertura: “será oferecido um serviço de qualidade”, a exemplo das cias de telefone, energia e água, por exemplo.
O que é de emputecer até mesmo a mais serena das criaturas – as pensantes, pelo menos – é saber do óbvio ululante: ora, era, por obrigação, que aquilo funcionasse muito bem! Nós pagamos! Há recurso! O problema não está na existência, nos custos gerados, recurso há! E isto é tão evidente, que chega a ser estranho escrever sobre a péssima gerência que é o verdadeiro motivo do ‘fracasso’ daqueles objetos.
Um dos argumentos é exatamente este: “Na iniciativa privada, aquilo será melhor”. PORRA! Eu não preciso dizer a vocês para onde vai nosso dinheiro né?! Ainda dizem das oportunidades de emprego! BIXO, abre concurso! DINHEIRO HÁ! DINHEIRO HÁ! O problema está no gerente desse negócio! As consequências do investimento são as mesmas. O que esses putos não querem é compromisso com o desenvolvimento a próprio punho.
Enquanto houver presidente enchendo o rabo de leite moça, exército comedor de picanha e bebedor de cerveja puro malte, filha de militar pra sustentar, gabinete do ódio pra sustentar e outras safadezas, seguiremos tendo de perder empregos, estabilidade, gerência sobre aquilo que é nosso, soberania…
O declínio do Brasil – já carcomido – é um projeto de uma gente que almoça mignon e janta lagosta, sustentado por gente que almoça macarrão com salsicha e janta miojo e arrota bacalhau. Aquela gente do osso eu nem sei, viu…
Sabe da última?! Já viu a lista de leilões de imóveis da União?! Pois veja lá!
Luis Otavio Barreto é músico pianista e professor de Lingua Portuguesa.