Olhei pro universo agorinha, epílogo da noite de 11 de Julho. E encontrei a Lua cheia bem no topo do céu. É lamparina viva e azul a guardar nosso planetinha tão frágil.
Eu acho mesmo que, nesta segunda-feira funda, Selene vela pelas viúvas e pelos órfãos do Brasil. Lá no cume da abóboda, tal qual a equilibrista da canção, lamenta a sina de Marias e Clarices, como na voz de Elis.
A lua assim doce e vigorosa até me faz esperançar. É a guardiã que nunca falta. Lua clara, como Clara Charf, ainda residente deste tempo, protagonista da resistência e curadora de um legado heroico.
Lá na borda do Paraná, esse lume deve se refletir no lago de Itaipu. Que espalhe alentos para Pâmela, uma moça Silva, brasileira, lutadora, trabalhadora, mãe e chefe de família.
Na lida da paz, ela se colocou mais de uma vez na linha de tiro. Sem promover violência, tentou de todos os modos impedir a monstruosidade. Por pouco, não perdeu a própria vida.
Hoje, caminhou com Pedro, de 40 dias, no mais triste cortejo do destino. Nesta noite, está sozinha, mas – quem sabe – acompanhada de todos os bons corações do mundo. Nosso ponto de contato? A lua da amorosidade. Resista, moça, endurecendo sem perder a ternura.
* Para ela e todas as companheiras resistentes do Brasil, um mimo modesto na criação de Claude Debussy.