Por Simão Zygband
Neste sábado participei de um saboroso almoço com os meus companheiros do jornal Notícias Populares, um encontro que realizamos pela segunda vez e que não teve continuidade nos últimos dois anos por causa da pandemia.
Fui contratado para trabalhar no jornal pelo editor Ebrahim Ramadan no dia 01 de maio de 1985, quando era um iniciante no jornalismo. Tinha 26 anos. Trabalhei naquele jornal por 4 anos. Deixei-o para trabalhar como pauteiro do telejornalismo do Sistema Brasileiro de Televisão (SBT) do Silvio Santos. O José Luiz Proença, que está na foto do almoço, era o secretário de redação e tinha sido meu professor na Faculdade Cásper Líbero.
O Notícias Populares, NP, foi praticamente uma escola de jornalismo para mim onde aprendi técnicas e abordagens jornalísticas que me são muito úteis e que utilizo até hoje para editar o site Construir Resistência, que apesar de utilizar recursos e uma linguagem que não existia na época, já chegou a mais de 880 mil visualizações, muitas delas obtidas com a força das manchetes, o principal recurso utilizado naquele veículo popular, como o próprio nome diz.
Claro que todos os presentes no almoço, realizado na casa da Suely Castilho, que era a secretária de confiança do Ebrahim Ramadan, – um genial editor que conseguiu a proeza de vender 400 mil exemplares de jornal por dia, de mão em mão (através da venda avulsa, sem assinatura) conseguia isso por misturar economia popular, crimes, mulheres peladas, travestis, numa mesma publicação, – são apaixonados pela extinta publicação.
Quando a gente trabalhava no NP, local em que também nos divertíamos muito, até pela jovialidade, não tínhamos a menos ideia que ele se transformaria em um jornal “cult”. A ponto de se tornar em uma nova série de TV produzida pelo Canal Brasil que tem como protagonista Paloma (Luciana Paes), que ficticiamente assume a chefia de reportagem do veículo.
A ideia de transformar o NP em uma série televisiva partiu da dupla André Barcinski e Marcelo Caetano, que é o diretor do filme. Além de Luciana, o elenco conta com nomes como Ana Flavia Cavalcanti (Greta), Ary França (Conrad) Rui Ricardo Diaz (Matias) e Bruna Linzmeyer (Rata), como atriz convidada. Muito legal que tenham tido esta ideia.
Também já está em cartaz o filme Rota 66 – A Polícia que Mata, uma série de televisão produzida no streaming da Globoplay , baseada no livro homônimo do jornalista Caco Barcellos, que também tem um dedinho do NP. A equipe de produção de Caco vasculhou durante um bom período os arquivos do NP para encontrar notícias que tivessem relação com os assassinatos realizados pelos policiais da Rota 66, uma equipe sanguinária da Polícia Militar paulista, que assassinava friamente as vítimas, fazendo justiça com as próprias mãos.
Só estas duas séries já dão a ideia da importância do Notícias Populares, sobretudo para mim, e para todos os companheiros do almoço da Suely Castilho, apaixonados pelo jornal que mais do que pôs comida nas nossas mesas, foi a nossa escola de jornalismo, de militância política, de convívio com diferentes, de diversidade, entre outros atributos.
Em breve, contarei mais sobre as mumunhas do NP.
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