Da Redação
Julgamento
A justa inelegibilidade de Bolsonaro tem grande importância, ainda que não represente tudo. É uma clara demonstração legalista e afirmativa.
Se tivesse ocorrido o golpe que ele, os militares golpistas e suas milícias intentaram, a repressão da extrema-direita armada contra a oposição democrática mais ativa seria uma tragédia humana de consequências inimagináveis.
É o que pregaram desde 2018. Pra isso se articularam, se armaram, aterrorizam o país e depredaram os poderes.
E não pela primeira vez na América do Sul, no Brasil e o que se sabe.
Bolsonaro deu seguidas demonstrações da maldade genocida que move a ele e seus apoiadores radicais, inclusive militares graduados, os não legalistas.
Por isso, todos precisam ser julgados. A impunidade dessa gente vai na contramão de qualquer projeto civilizatório.
Felizmente, perderam e o país voltou a ter expectativas, bons programas de governo, respeito.
E futuro, que passa por responsabilizar quem jogou pesado.
Pio Redondo – São Paulo
Homem mau
Recebi agora pelo Telegram hipercriptografado essa mensagem do seu Mércio, que está em Jaguarão na casa de uma prima:
“Entendo a alegria de amigas e amigos com o fim do homem mau. Mas peço que não extrapolem nas comemorações, para não parecer soberba e arrogância. Digo isso porque aqui em Jaguarão começamos a beber ontem, antes do primeiro voto, e vamos parar de beber já na quarta-feira, para que não nos acusem de excessos. Sempre lembrando que não podemos banalizar os festejos, porque o homem mau tem 248 processos e ainda vamos beber muito. Bom fim de semana. Abraços”.
(P.S. Aqui estamos tomando champanhe e comendo picanha, porque descobrimos que se harmonizam)
Moisés Mendes – Rio Grande do Sul
Papuda
São circunstâncias distintas, é óbvio. Mas, no dia em que Dilma Rousseff fez aquele discurso premonitório, logo após o golpe, ela estava cercada de políticos, representantes de movimentos sociais e havia uma multidão à sua espera no gramado do Palácio do Planalto (ainda que não fosse tão expressiva para reverter aquele desfecho).
Hoje o genocida deu entrevista logo após o resultado do julgamento do TSE. O único nome mais “conhecido” ao lado dele foi domingos sávio, um papagaio de pirata do aecismo (como escreveu alguém de que, agora, não me lembro). sávio é uma figura inexpressiva.
Nem o povo do pl estava com o genocida. O presidente do partido está em Las Vegas com uma “novinha”, curtindo férias. Os bozos radicais, como carla zambelli, nikolas chupetinha, postaram mensagens chorosas em suas redes sociais. Mas estranhamente não houve nenhuma manifestação nas ruas. Nenhuma panela batendo, nenhuma buzina, nada.
Isso não significa que o genocida não tenha uma base sólida, coesa. Não duvido ele e sua orcrim vão promover alguma manifestação de “apoio”. Podem mobilizar alguns gados pingados para produzir imagens em ângulos fechados e manipulações a fim de criar a ilusão de continuar forte como quando foi presidente.
A mídia oligárquica vai continuar dando sobrevida a ele, abrindo seus microfones e páginas de jornais para que ele bosteje, como tem feito. O sujeito tratou jornalistas como lixo e, agora, a mando dos patrões, eles rastejam atrás dele para lhe dar holofotes.
Só espero que a mídia progressista e nós não continuemos a falar desse verme. Vamos “apagá-lo”, centrar nossas forças em promover o governo Lula, a defesa das políticas de inclusão e combate à exclusão.
Só devemos gastar energia na campanha para que o genocida pague por seus crimes no âmbito civil e penal. Ele precisa pagar, na Papuda, por todo mal que nos fez. No mais, devemos mandá-lo ao Hades de onde nunca deveria ter saído.
Palas Athena – Minas Gerais
Efeito Avestruz
O Efeito Avestruz é prática não apenas de alguns membros do Judiciário, a mídia hegemônica brasileira também é campeã nessa modalidade.
Chegamos onde chegamos, sofremos o que sofremos, os brasileiros foram sacrificados como foram, graças ao silêncio, à conivência, a complacência e a omissão de muitos. Estes, porém, não foram nem serão penalizados, pois vem de longe seu hábito de, em nome de conveniências e privilégios, despedaçar o país.
A fábula da Galinha dos Ovos de Ouro aplica-se à perfeição para a história da República brasileira. São levas e levas de salteadores, malfeitores, adesistas, dissimuladores, contribuindo para a progressiva dilapidação do país e a perpetuação de nossos problemas.
Como se cumpríssemos a maldição de estar fadados ao eterno atraso, a fazer e desfazer o tecido do desenvolvimento do país, de tempos em tempos.
Aí, não se trata de fábula. É como na mitologia grega, em que Penélope tece um pano na claridade do dia e, à noite, sem ser vista, o desmancha.
Assim fazem os ‘mui amigos’ do Brasil: às vistas do povo e das câmeras, fingem tecer bondades para a Nação, enquanto cavilosamente estimulam a destruição do que a duras penas logramos tecer.
Apoiam privatizações contra o interesse público, blindam bilionários trambiqueiros e batem palma pra palhaço que insiste em juros de 13,75%. Ato contínuo, fazem ar compungido para lamentar a desdita daqueles 70 milhões de brasileiros que não conseguem pagar suas contas devido aos altos juros cobrados.
É uma no cravo e outra na ferradura.
Hoje, a mídia esquizofrênica, aplaude o resultado no TSE, para também ‘sextar’, levando crédito nesse momento de afirmação democrática.
Hildegard Angel – Rio de Janeiro
Editado por Simão Zygband