Por Simão Zygband
Foto de Ricardo Stuckert
Já sei o que muita gente vai falar: não se deve comemorar nada antes do tempo. Que o diga o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC) que posou para uma foto sentado na cadeira de prefeito antes das eleições e, quando foram abertas as urnas o seu adversário, Jânio Quadros o havia derrotado. Ao assumir a Prefeitura, o novo prefeito literalmente desinfetou a cadeira.
Mas as condições históricas, políticas, pessoais conspiraram para que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva seja reconduzido pela terceira vez para a presidência da República, de onde saiu com uma aprovação gigantesca (87%) a seu governo.
Vamos combinar que Lula só perde as eleições de 2022 se ocorrer o inimaginável. Se, como em um passe de mágica, a economia brasileira saia milagrosamente da recessão que Bozonazi e Paulo Guedes enfiaram o país, e que se reduza em menos de um ano a inflação, o desemprego, o preço dos alimentos, os combustíveis, as contas de serviços (energia elétrica, gás, luz etc).
Assim o atual ocupante da Presidência da República ou o seu antigo aliado, o ex-juiz de primeira instância, Sérgio Moro, terão alguma chance de reverter a gigantesca vantagem do petista. Quanto a Ciro Gomes, já deveria estar com passagens compradas para Paris. Outro pleiteante, João Doria, conseguiu descontentar a direita e a esquerda. Será muito bom se desfazer deste ser que não prima pela lealdade.
Lula, queiram ou não, navega em céu de brigadeiro (já sei o que vão dizer, nunca se deve afrouxar…). Numa recente pesquisa trazida pela golpista revista Veja, Lula tem 42% contra 19% de seu mais próximo adversário, exatamente o genocida. A tendência é que se continuar nesta toada, o ex-presidente fechará a conta logo no primeiro turno.
Outro importante indicativo foi o podpah do Lula com os podpahzistas Mitico e Igão, que teve a absurda marca de 3,3 milhões de visualizações, se transformando no assunto mais comentado do Brasil. Um recorde. Ele estava radiante, exalando bom humor, claro, com a energia de um vencedor, mesmo depois de tudo o que passou. Brilhante, como sempre.
Li hoje na internet que Lula será votado tendo Geraldo Alckmin de vice ou mesmo um poste de luz ou um carrinho de pipoca. De fato, o ex-presidente tem características messiânicas, que só não se reelegeu em 2018 por que as forças conservadoras deram um golpe e o ex-juiz de primeira instância se lambuzou ao coloca-lo 580 dias na cadeia.
Bem que ele avisou, numa das audiências, de maneira profética, que sairia de toda aquela armação mais fortalecido. Não deu outra e os números das pesquisas falam por si só. Não creio ser possível realizar outra armação contra um Lula extremamente fortalecido. Como disse anteriormente, só um milagre tira a reeleição do ex-presidente. Ou, um novo golpe de estado, cujas condições políticas não se apresentam favoráveis.
É melhor já ir (já ouvi isso antes) se acostumando, direta brasileira, que o homem vai voltar.